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jun 17 2014

BRASIL COMPRA MAIS DO QUE VENDE E DEVE FECHAR O ANO COM DÉFICIT

O Brasil está comprando mais no exterior do que vendendo e este déficit deve chegar a US$ 2 bilhões no fim do ano, resultado pior do que o de 2013 na chamada balança comercial.

Vale lembrar que, no ano passado, o governo registrou superávit de US$ 2,56 bilhões, mas para isso praticou truques contábeis via Petrobras. Na verdade, o Brasil exportou plataformas de petróleo, que passaram a ser alugadas pela Petrobras sem sair do lugar.

A estimativa de déficit em 2014 foi apresentada no Seminário de Análise Conjuntural, pelo coordenador-geral do Boletim Macro da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), Regis Bonelli.

Para o Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e riquezas produzidos no país), a previsão é de crescimento de 1,6% com inflação em 6,7%.

O economista Salomão Quadros, também do Ibre, informou que os preços administrados como os dos combustíveis, que ficaram comprimidos no ano passado, devem fechar o ano com alta de 5,8%. Para 2015, há a perspectiva de reajuste da energia elétrica. “Essa vai ser difícil controlar, porque os contratos permitem que os custos sejam repassados”, disse.

Para o economista, a estiagem do início do ano afetou diretamente a produção agrícola e provocou elevação dos custos da energia elétrica, e isso marcou a inflação do período. “Esses preços sobem muito em um primeiro momento, e não recuam [totalmente]. Fica um resíduo para o resto do ano”, explicou.

Apesar do cenário negativo, o economista Regis Bonelli disse que uma das mensagens importantes das avaliações apresentadas no seminário é que o risco não está no setor externo, um fato que sempre ameaçou o crescimento brasileiro.

“Está mais na nossa mão resolver os problemas do que nas mãos do mundo. Sempre que precisamos, no passado, nos negaram financiamento e nos obrigaram a fazer um ajuste tumultuado”, contou.

Bonelli disse que as perspectivas, embora não sejam boas para este ano, não representam nenhuma catástrofe. “Para o ano que vem a nossa previsão de crescimento do PIB é um pouco pior do que para este ano, mas tem boas expectativas de que tudo melhore a partir daí”, analisou. Para 2015, a expectativa do Ibre é que o crescimento da atividade econômica seja em torno de 1,2%, com inflação de 6,8%.

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