O Brasil resolveu aumentar a sua taxa básica de juros para 14,25% ao ano, mesmo sabendo que esta decisão aumenta em alguns bilhões os juros a serem pagos para manutenção da Dívida Pública Federal, os quais já estão perto dos R$ 400 bilhões.
Ao mesmo tempo, é assustador perceber que a taxa de juros Selic mantém-se como a mais elevada do mundo, abalando um país como o Brasil, onde o Produto Interno Bruto (PIB) pode ter queda próximo de 2% este ano. É tudo muito contraditório.
A explicação é ortodoxa. Como o Brasil tem inflação crescente, quase no nível de 10% ao final do ano, a receita dura e drástica é elevar os juros. Será que não existe outra economia criativa?
Como dezenas de outros países, com taxa anual de juros perto de zero por cento, conseguem controlar a inflação?
O certo é que, pela sétima vez seguida, o Banco Central (BC) brasileiro reajustou os juros básicos da economia.
Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou, quarta-feira (29), a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 14,25% ao ano. Na reunião anterior, no início de junho, a taxa também tinha sido reajustada em 0,5 ponto.
Com o reajuste, a Selic retorna ao nível de outubro de 2006, quando também estava em 14,25% ao ano.
A taxa é o principal instrumento usado pelo BC “para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)”.
Em comunicado, o Copom indicou que os juros básicos devem ficar inalterados daqui para a frente. “O comitê entende que a manutenção desse patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é necessária para a convergência da inflação para a meta no final de 2016”, destacou o texto.