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fev 03 2015

BRASÍLIA PODE DAR EXEMPLO DESESTIMULANDO A COMPRA DE AUTOMÓVEIS

 RENATO RIELLA

Entre as medidas de arrocho contidas no chamado Pacto proposto pelo governador Rodrigo Rollemberg, uma precisa ser aprovada e aplaudida: trata-se do fim da isenção do Imposto de Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para os veículos novos, que está em vigor desde 2012.

Hoje, há consciência de que o Brasil deve suspender os estímulos à venda de veículos. No plano federal, o governo da presidente Dilma Rousseff está suspendendo a isenção de IPI para a comercialização de carros. No DF, esse incentivo também já não se justifica.

No auge da crise financeira mundial, 2007/2008, o presidente Lula, numa das suas bravatas, suspendeu o IPI na venda de veículos, ampliando a comercialização desses produtos e mantendo o nível de empregos nas fábricas de automóveis.

Passou a crise e houve momentos em que o Brasil estava até com bom desempenho na economia, mas o incentivo ficou mantido. Em 2012, o DF entrou nessa onda errada e implantou a isenção do IPVA, que agora Rollemberg tenta suspender.

O estímulo à venda de carros foi uma das estratégias mais burras adotadas pelos governantes nos últimos anos, inviabilizando o trânsito urbano de veículos, impactando no aumento do consumo de gasolina, aumentando a poluição nos grandes centros, desestimulando o investimento em transporte de massa, entre outros efeitos nocivos.

Muitas famílias, sem capacidade financeira para manter um veículo, compraram carros em até 72 prestações, gerando desequilíbrio nas contas domésticas.

Agora está na hora de se dar um freio a essa farra consumista, mesmo sabendo-se que as grandes fábricas de veículos ficarão abaladas e o desemprego terá efeito crescente nos próximos meses.

A verdade é que as grandes cidades brasileiras já não suportam o aumento contínuo e acelerado do número de automóveis. Brasília pode fazer a sua parte, voltando a cobrar este IPVA, conforme defendido por Rodrigo Rollemberg.

Quanto às outras medidas do Pacto, devem ser bem discutidas, mas não esta do IPVA, recheada de bom senso.

 

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