Pode se dizer que a Câmara Federal está em greve, exigindo a renúncia do atual presidente Waldir Maranhão (PP-MA), substituto do afastado Eduardo Cunha.
A rejeição à sua autoridade é grande e os deputados federais recusam-se a votar projetos enquanto ele estiver na presidência.
Maranhão recebeu ameaça dos deputados, que exigiam a sua renúncia, sob risco de cassar seu mandato. Ficou estudando essa questão e respondeu que não renuncia, mesmo com risco de ser expulso pelo partido, o PP, situação que pode gerar também a perda de mandato.
Ninguém sabe o que este presidente do Maranhão está querendo, mas o certo é que ele atravanca os trabalhos na Câmara.
A primeira sessão de votações sob o comando desse interino foi ridícula e terminou sem a apreciação de qualquer matéria. A sessão foi marcada por tumultos e protestos contra a permanência de Maranhão no comando da Casa.
Parlamentares do PSDB, DEM e PPS pediram a saída de Maranhão da presidência, argumentando que ele não tem condições de comandar a Casa.
“Vossa excelência não nos representa. Assinou um documento elaborado pela Advocacia-Geral da União cancelando uma decisão de 367 deputados”, disse o líder do DEM, Pauderney Avelino (AM). “Essa Casa não merece ter o senhor na presidência e a Câmara não pode continuar com a interinidade”, acrescentou.
Os líderes do PT, PCdoB e PDT, partidos que apóiam Dilma Rousseff, defenderam Maranhão e criticaram as posições do DEM, PPS e do PSDB, a quem acusaram de dar sustentação a Cunha e, agora, renegá-lo.
Waldir Maranhão se defendeu das acusações e disse que a tentativa de afastá-lo da presidência “faz parte da democracia”. “Não há renúncia, nós temos que trabalhar para o Brasil. A pauta está sobrestada, temos que encaminhar debates e resolver as questões fundamentais para o País”, disse.