O subcontrolador-geral Paulo Wanderson Martins, responsável pela área de transparência do governo do DF é investigado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelo Ministério Público Federal porque teria omitido que era réu na Justiça por peculato ( desvio de dinheiro) para tomar posse como auditor de carreira.
Segundo a denúncia, Paulo Wanderson sonegou, em 2014, a informação de que tinha pendências judiciais, fato que pode colocar em xeque o cargo dele no TCU. Até a publicação da reportagem do G1, o caso continuava em análise interna na Corte de Contas (em sigilo) e no MPF. O subcontrolador negou irregularidades.
Wanderson foi acusado de fazer compras pessoais para ele e a mulher usando dados do cartão de crédito de clientes do Banco do Brasil. As aquisições foram feitas pela internet entre dezembro de 2008 e fevereiro de 2009 – época em que ele era funcionário do banco em Cáceres (MT).
Em meio aos itens adquiridos estão passagens de avião, ingresso para evento, máquina de lavar, geladeira, televisão e aparelho de ar-condicionado. O episódio foi investigado pela Polícia Federal e virou uma denúncia formal do Ministério Público do estado.
As investigações apontaram que ele fez três vítimas: um policial federal, uma servidora do Tribunal Regional do Trabalho e uma advogada. No total, o prejuízo financeiro chega a R$ 10.595.
Uma dessas vítimas relatou ter deixado o cartão cair na agência por engano e que só depois do réveillon percebeu na fatura as compras feitas em nome dela.
Wanderson se tornou réu na Justiça em 2009. O assunto tramitou até 2017, quando o processo prescreveu – três anos após ele já ter tomado posse no TCU. Como ele tinha menos de 21 anos à época das supostas fraudes, o prazo para o crime ser julgado caiu pela metade: de 16 para 8 anos.
Na prática, a juíza nem sequer chegou à fase da sentença, que iria concluir se Paulo Wanderson é culpado ou inocente.
Fonte: G1