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jan 05 2017

COM POUCA CHUVA, SITUAÇÃO DA ÁGUA EM BRASILIA É PREOCUPANTE

Em 30 de dezembro de 2016, o volume da Barragem do Rio Descoberto, que abastece 65% da população, chegou a 22,9% — metade do registrado em 2015, 45,8%.

De acordo com levantamento da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico (Adasa-DF), este é o menor número já aferido no reservatório para o período.

A comparação é ainda mais drástica se feita em relação a 2013, quando o índice estava em 92,7%.

Responsável pelo abastecimento de 22% de Brasília, o reservatório de Santa Maria segue o padrão decrescente no volume da água.

Em 30 de dezembro de 2016, o nível estava em 42,6%, pouco mais da metade que no ano anterior, que alcançou 77,7% na mesma data. Três anos antes, em 2013, o índice era de 96,9%.

Às 7h30 desta quarta-feira (4), a Barragem do Rio Descoberto estava com 21,29% da sua capacidade, e o reservatório de Santa Maria, com 42,13%. O ideal é que os dois se mantenham acima dos 60%.

Outros 13% dos habitantes do DF consomem água vinda de córregos e mananciais.

“Percebemos que, a cada fim de ano, os índices são os menores já registrados. Isso é algo que nos preocupa muito”, diz o diretor da Adasa, Israel Pinheiro Torres.

Segundo ele, a autarquia monitora os números e aposta nas medidas de contenção adotadas pelo governo local em 2016, como a cobrança da tarifa de contingência, a redução da pressão da água em 13 regiões administrativas, a restrição no horário para captação por caminhões-pipa e a orientação para estabelecimentos como lava a jato.

Também foram tomadas medidas como um acordo com agricultores para restringir o uso de irrigadores e a obrigatoriedade de redução do consumo de água em 10% nos órgãos do governo de Brasília.

Menos chuvas no DF em dezembro

“Diminuímos a vazão de água captada no Descoberto em 15,7% — de 5,1 mil para 4,3 mil litros por segundo —, mas não descartamos a hipótese de racionamento”, ressalta o presidente da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), Maurício Luduvice, que acrescenta que a meta é diminuir a quantidade da vazão em 20%.

A possibilidade de racionamento ganha força caso o volume de água fique abaixo de 20%. Adasa e Caesb estudam formas de amenizar a crise sem ter de recorrer à medida, que, para ser aplicada, levará em conta três fatores: o ritmo de queda das bacias, as previsões de chuva para o DF e o nível de consumo pela população.

“Precisamos que todos preservem esse recurso finito. Vamos reduzir o consumo ao máximo, já que a chuva não chegou da forma que gostaríamos”, reforça Luduvice.

Segundo dados da Caesb, o volume de chuva em dezembro de 2015 estava em torno de 50%; em 2016, não atingiu 25%.

No acumulado de setembro a dezembro, o registro foi de 498 milímetros, um pouco a mais que em 2015, que registrou 450 milímetros. Mesmo assim, o ritmo de recuperação dos níveis do Descoberto é insuficiente, uma vez que a Bacia do Alto Descoberto tem registrado, historicamente, um volume de 669 milímetros nesse mesmo período.

 

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