«

»

mar 05 2018

COMENTÁRIO: O filme do Oscar

SERGIO GARSCHAGEN

Vi no Bom Dia Brasil desta segunda-feira ( dia 5/3) que o filme “A Forma da Água” levou 4 estatuetas.

O filme fala da relação desenvolvida entre uma faxineira e um bicharoco horroroso, “amazônico”, em um laboratório norte-americano.

Só pude pensar na sem-cerimônia com que os gringos vêm até a Amazônia e simplesmente levam daqui um espécimen, sem dar a menor pelota para o país de origem do bicharoco. Ah! é uma ficção, sei disso. Não me critiquem por este detalhe!

Mas é exatamente este detalhe que mostra a sem-cerimônia do filme, que se estende à vida real. Duvido que o diretor da fita tenha perdido alguns míseros segundos para mostrar que o espécimen feioso resgatado tenha saído legalmente da Amazônia, com um nihil obstat do país amazônico.

A “Forma da Água”, por esta razão, me lembrou de uma palestra que assisti anos atrás, em Brasilia, do ex-comandante militar da Amazônia, o general Augusto Heleno, na faculdade Unieuro, em que ele assegurou que na Amazônia brasileira há áreas em que o Exército só pode entrar com autorização expressa do Supremo. Isso mesmo, são áreas fechadas aos brasileiros.

Só que nessas áreas, em geral reservas indígenas, há muito se constatou a presença de pessoal de língua inglesa que se apresenta como missionários. Na realidade, antropólogos, geólogos e biólogos que recolhem material de estudos para laboratórios e universidades de seus países. Somos mesmo um quintal, terreno baldio do mundo.

Só por esta sem-cerimônia do filme e dos missionários já impliquei e criei tremenda má vontade com a fita.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode usar estas tags e atributos HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

*