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mar 28 2018

Crise: UnB deve demitir 1,1 mil estagiários, os terceirizados e aumentar preços no RU

unb

Os 1,1 mil estagiários contratados pela Universidade de Brasília (UnB) podem ser demitidos a partir do dia 30 de abril por falta de verbas. Com previsão de um déficit orçamentário de R$ 92 milhões para o ano, a reitoria da UnB informou que a responsabilidade financeira sobre os contratos passará a ser das unidades acadêmicas.

Na prática, a mudança na gestão dos contratos significa que o pagamento dos estagiários – até então feito pela administração central – será descentralizado. Assim, cada um terá de reservar um parcela do próprio orçamento para manter os aprendizes.

A recomendação da reitoria é que sejam mantidos apenas os contratos considerados “fundamentais”.

O Diretório Central dos Estudantes (DCE) disse que os estagiários chegaram a receber uma carta da reitoria informando que nenhum contrato seria renovado. “A reitoria sequer nos convidou para discutir isso. Os estagiários que nos procuraram para falar sobre a questão”, explicou a coordenadora de comunicação, Ludmila Brasil.

O fim dos contratos de estágio é uma das três medidas que a universidade pretende adotar para economizar R$ 39,8 milhões. Outras duas são aumento dos preços na alimentação servida no Restaurante Universitário (RU) e a demissão de terceirizados.

Fechar as contas com segurança financeira é uma batalha que reitora Márcia Abrahão enfrenta desde o segundo ano de gestão. Em setembro de 2017, ela anunciou um déficit de quase R$ 100 milhões e disse que teria dificuldades para pagar serviços básicos, como os de limpeza.

Segundo a UnB, o custo de manutenção – que inclui limpeza, segurança, água, luz, manutenção de equipamentos e refeições no RU – deve atingir R$ 214 milhões em 2018. No entanto, o orçamento de custeio repassado pelo Ministério da Educação é de R$ 137 milhões, suficiente para 64% da despesa.

“Um conjunto de gastos tem que ser revisto, como os de telefonia”, disse o coordenador-geral do Sintfub Rogério Marzola. “Passar uma parte da verba de investimento para verba de custeio, atrasar obras de reforma e ampliação. Porque não adianta ampliar se não puder manter.”

Fazer as refeições no RU pode significar uma economia expressiva no final do mês. Alunos estrangeiros, por exemplo, pagam R$ 1 para almoçar, e aqueles em situação de vulnerabilidade social comem de graça. Somente no semestre passado, a UnB concedeu 4,7 mil gratuidades.

Com as mudanças previstas para o dia 30 de abril, os preços cobrados pelo Restaurante Universitário podem subir. A reitoria prevê uma “rediscussão da política de subsídios” e chegou a propor aumento de 160%.

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