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out 08 2014

DAS DENTADURAS, SAPATOS E NOTAS RASGADAS AO MEIO

PAULO ROBERTO JUCÁ

O noticiário destacou o discurso do senador Eduardo Suplicy (PT), despedindo-se, em razão de não ter sido  reeleito em São Paulo.

Mesmo os que não pertencem e nem votam no Partido dos Trabalhadores reconhecem a integridade de propósitos e a luta dele para ser adotada no Brasil a prática da  renda mínima, como  direito de todo brasileiro e como meio efetivo de distribuir a renda  de forma justa.

Paradoxalmente, o partido literalmente ignorou o seu discurso. Não lhe deu nenhum apoio nos 12 anos de exercício de poder e nem tampouco, segundo queixas do seu filho na reportagem divulgada, se dignou a destinar qualquer recurso de ajuda na campanha!

Com certeza existe mais de uma razão para esse fenômeno, mas a conduta dos políticos em relação à prática contumaz do assistencialismo, com fins de manipulação dos eleitores, explica o absurdo.

O mais importante é o voto, independente de ser de cabresto ou não!

Isto foi confirmado mais uma vez nesta eleição. Se não, vejamos: o partido que está no poder usou a mídia para divulgar que, caso não fossem eleitos  os seus candidatos, os “benefícios” amplamente distribuídos seriam cortados e as pessoas voltariam ao estado anterior de miséria. Todos viram, principalmente na televisão.

Até há poucos anos, havia a prática do uso do chamado cabresto. Dentaduras sendo distribuídas, com somente a parte de baixo, notas rasgadas ao meio e somente um pé de sapato.

Bastava ao eleitor provar que tinha votado, para receber o restante do presente. Eram estes e muitos outros métodos  “criativos” de amealhar votos, com a diferença de que não se divulgava a benesse.

Qual a diferença entre o uso desses artifícios e a campanha deste ano?

A diferença é o uso dos meios de divulgação. Na essência, instituir bolsas e auxílios não difere da prática anterior, do voto de cabresto. Isto talvez explique a situação do senador petista não reeleito.

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