Há centenas de parlamentares federais (senadores e deputados) envolvidos em processos graves, mas os últimos acontecimentos nos fazem acreditar que ficarão impunes. Disputarão a reeleição em 2018, com chance de vitória. Isso vale para Gleise Hofman, Collor, Renan, Jucá, Lobão…
Vale até para o irmão de Geddel.
Todos esses poderiam ser condenados pelo Supremo Tribunal Federal, mas o STF virou, na prática, um Procon, órgão que recebe queixas de fatos reais, mas não tem poder de punição.
O retorno do senador Aécio Neves (PSDB-MG) às atividades parlamentares no Senado, previsto para hoje, mostrará para o povo brasileiro que o Supremo não é nada supremo.
Só podemos esperar que Aécio não tripudie e não faça nada exagerado que possa desmoralizar mais o STF. No entanto, suspensas as medidas cautelares, ele agora pode tudo. Se quiser, pode até viajar para o exterior.
Em paralelo, estamos vendo outro fato grave que aniquila o STF. Ontem, na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara Federal, até os oposicionistas diziam claramente que não será dada autorização ao Supremo Tribunal para continuar o processo contra o presidente Michel Temer.
Na Comissão da Câmara, a certeza da vitória dos temeristas era tão grande, que os deputados governistas abriram mão de falar, para ganhar tempo. Hoje os brasileiros acompanharão esta votação e verão que o Supremo vai tomar mais um não do Congresso.
Lembremos que, nos dois casos citados, há malas de dinheiro circulando livremente, originárias dos irmãos Batista, que envolveram Aécio e Temer com propostas de corrupção.
No caso de Aécio, a mala foi conduzida por Fred, um primo dele, que andou preso, mas já está livre.
E a mala ligada a Michel Temer, com R$ 500 mil, foi levada pelas ruas por um suplente de deputado chamado Rocha Loures, que foi solto e nunca mais se falou nele.
O brasileiro comum hoje vai se perguntar: o que fazer para tirar o Supremo Tribunal Federal dessa condição insignificante de um Procon de alto nÃvel?
Uma solução seria aprovar, na Câmara Federal, o projeto que já passou pelo Senado e que acaba o foro privilegiado. Mas ninguém espera que isso aconteça. Virou sonho! (RENATO RIELLA)