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jun 10 2013

DILMA (ainda) ESTÁ GANHANDO A ELEIÇÃO NO PRIMEIRO TURNO

RENATO RIELLA 

A presidente Dilma Rousseff tem tudo para ganhar a eleição em primeiro turno. Hoje, seu governo tem avaliação positiva na casa dos 57%. E 51% dos eleitores dizem que votariam nela se a eleição fosse agora.

Mas há tendência de queda nessa avaliação e ela precisa ouvir inteligências, diariamente, para criar fatos positivos, imagem construtiva e, ao mesmo tempo, desviar-se de temas desgastantes.

O marqueteiro João Santana, que Dilma herdou do Lula, é bastante experiente. Conheço ele desde a década de 70, no jornal Tribuna da Bahia, de Salvador. Mas parece estar meio distraído.

João Santana deveria alertar a presidente Dilma que a nomeação do vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif, para seu ministério, acumulando os cargos, não cairia bem. Como não cai bem ver que o número de ministérios subiu para 39.

No entanto, há muita coisa boa pela frente. Por exemplo, ela fará uma visita de chefe de Estado aos Estados Unidos em outubro. No aspecto econômico é importante, pois os americanos fecharam acordo comercial com a Europa e nos deixaram de fora. É preciso pegar carona nesse bonde.

Mas o que pesa, para uma candidata a presidente da República, são os fatos simbólicos. É mais proveitoso politicamente do que qualquer acordo comercial se Dilma levar na delegação o famosíssimo Pelé e os dois conseguirem obter de Barack Obama a promessa de vir ao Brasil na Copa do Mundo.

Espera-se, também, que a presidente lidere as negociações para a reforma do ICMS, o imposto que divide os estados. No entanto, ela não demonstra aptidão para esse tipo de ação. Porém, precisa ser treinada para agir nessa área, fator de valorização eleitoral.

PRECISA SE SOLTAR,

FALANDO LIVREMENTE

O Brasil não aplaude os pronunciamentos oficiais de Dilma na TV, que são frontais, com ar autoritário. Ela precisa se soltar em encontros com jornalistas, abordando com bom humor até as crises.

Deveria ter assumido a trapalhada da Caixa Econômica, afirmando que existe mesmo ansiedade sobre este programa, que é um valor seu, do qual nunca abrirá mão.

Neste momento, a presidente pode sofrer o maior enfrentamento com o Congresso Nacional, prestes a aprovar o chamado orçamento impositivo. Não é honesto fazer essa mudança com vigência em ano eleitoral.

A presidente não pode argumentar nesses termos, mas precisa desenvolver a sua capacidade de negociação. Pode propor, por exemplo, que o orçamento impositivo valha a partir de 2015, quando um novo governo estará sendo empossado. Com isso, deputados e senadores terão o que discutir. Hoje, é só votar.

A presidente Dilma, mais do que o marqueteiro João Santana, precisa de uma estrutura de marketing de crise, que anteveja todos os seus riscos.

Ela não consegue realçar a sua maior qualidade: é uma presidente ficha-limpa. Em todos esses anos, sua vida pessoal ficou imune a escândalos. Pessoas da sua família não têm feito trapalhadas, como se viu em governos anteriores. Mas isso não é realçado nem sutilmente.

No entanto, cuidado com os detalhes. Dilma não pode se hospedar em hotéis no exterior que estejam no nível dos grandes bilionários. E precisa dar demonstração permanente de simplicidade, se possível na linha do Papa Francisco, que está na moda.

Se tomar preventivos desse tipo, está eleita, até mesmo porque, presume-se, na reta final terá apoio do Lula – e ela já não é um poste.

Quanto aos índices das pesquisas, Dilma tende a crescer quando algum dos candidatos desistir, pois a tendência nesse caso é a redistribuição dos percentuais. E, sabemos, Eduardo Campos ou Marina (ou os dois) vai ficar no meio do caminho.

Portanto, presidente Dilma, nada de pânico. Está na hora de se fortalecer para que o Brasil feche 2013 em alta.

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