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dez 31 2014

DILMA E ROLLEMBERG, DUAS MANEIRAS DIFERENTES DE ENCARAR O LEGISLATIVO

RENATO RIELLA

A presidente Dilma Rousseff, mesmo submetida a um imenso bombardeio por causa da Petrobras, não levou isso em conta e fez um ministério composto por nomes discutíveis, de partidos idem.

Ela não vacilou em abrir espaço para o PP, de Valdemar Costa Neto; o PRB, da Igreja Universal, além de PMDB, PR, PCdoB e o próprio PT.

Com essas concessões assustadoras, Dilma espera escapar de um impeachment e também das CPIs demolidoras.

Rodrigo Rollemberg, teoricamente, não precisa ter medo de impeachment, mas corre riscos ao não fazer nenhuma aparente concessão à classe política.

Ele assume o governo sem aceitar compromissos com ninguém. Pode ter grande desconforto no dia da posse, se a Câmara Legislativa escolher, em eleição secreta, um presidente complicado.

O novo Parlamento pode dificultar a reforma da estrutura de governo. Pode incomodar muito nas reestruturações do Orçamento. E pode até começar a abrir CPI para isso ou aquilo, apenas para incomodar.

Rodrigo Rollemberg não adotou, minimamente, a estratégia de garantir uma maioria básica na Câmara Legislativa.

A eleição do presidente da Câmara lembra a escolha do governador-tampão, que substituiu Arruda e Paulo Octávio depois da Pandora.

Naquele dia, acompanhei o assunto de perto, por dentro, graças aos contatos com Tadeu Filippelli, Alírio Neto e Chico Vigilante. As negociações correram. No final, estes três nomes fecharam com Rogério Rosso, que acabou escolhido governador para o mandato de quase um ano.

Empossado, o governador Rosso revelou-se sem compromisso com ninguém, gerando reclamações durante muitos meses.

Teremos na Câmara, amanhã, algo parecido. Vai acabar sendo eleito um presidente representante de si mesmo, o qual será suportado durante dois anos.

Brasília terá momentos políticos desafiadores nos próximos meses. A bola de cristal está turva, tremendo de energia, prestes a explodir, diante de tanta incerteza.

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