RENATO RIELLA
A presidente Dilma Rousseff pegou gosto pela política. Todos os seus gestos estão direcionados para os objetivos eleitorais de 2014, mas não podem ser definidos preconceituosamente como eleitoreiros.
Dilma passa a imagem de que é uma realizadora. Ela se importa com a repercussão dos fatos e cobra correções de postura em cada área do seu governo. Assim, vai impondo índices de aceitação acima de 70% e pode vencer a eleição no próximo ano em primeiro turno.
O PIB (Produto Interno Bruto) teve correção baixa, perto de 1%, em 2012, mas o povo não sentiu isso. O desemprego está baixíssimo (na faixa perto dos 5%) e o poder de compra aumentou para todas as faixas sociais. Os programas de assistencialismo explícito atingem e sensibilizam os mais pobres e os mais ricos gastam dólares no exterior.
Este é o quadro brasileiro. O país tem reservas na casa dos US$ 400 bilhões, de porte elevadíssimo para uma nação do tamanho do Brasil. Essa acumulação de dólares permitirá a Dilma Rousseff jogar com a economia nesses dois anos sem grandes crises.
ENERGIA PREOCUPA
MENOS O GOVERNO
Ontem à noite, Dilma Rousseff disse, em pronunciamento em rede nacional de rádio e televisão, que o Brasil tem energia suficiente para o presente e para o futuro, “sem nenhum risco de racionamento ou qualquer tipo de estrangulamento, no curto, médio ou no longo prazo”.
Ela criticou os que “são sempre do contra”, e não acreditavam que o governo conseguiria baixar os juros, aumentar o nível de emprego e reduzir a pobreza.
Dilma anunciou que, a partir de hoje, a conta de luz dos brasileiros terá uma redução de 18% para as residências e de até 32% para as indústrias, agricultura, comércio e serviços.
O corte é maior do que o anunciado em setembro do ano passado. “Com a redução de tarifas, o Brasil passa a viver uma situação especial no setor elétrico, ao mesmo tempo baixando o custo da energia e aumentando sua produção elétrica”, disse Dilma. Ela assinou quarta-feira um decreto e uma medida provisória com os novos índices de redução das tarifas.
Segundo Dilma, os consumidores que são atendidos pelas concessionárias que não aderiram à prorrogação dos contratos (Companhia Energética de São Paulo – Cesp, Companhia Energética de Minas Gerais – Cemig e Companhia Paranaense de Energia – Copel) também terão a conta de luz reduzida.
O povo não quer saber se a redução da conta de energia é eleitoral, eleitoreira ou administrativa. O importante é o resultado. Além disso, essa redução terá efeito positivo no cálculo da inflação. Por essas e outras a imagem da presidente Dilma só faz subir e as críticas não chegam ao ouvido da população, que só quer ver os bons resultados.
Em 2015, se for mesmo eleita, teremos uma Dilma diferente. Mas todos sabemos que o segundo mandato é sempre mais difícil. Essa é a previsão.