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mar 24 2016

DILMA PERDE ESPAÇO E CARMEN LÚCIA DÁ A SENHA PARA O IMPEACHMENT, NEGANDO A DESCULPA DO “GOLPE”

A presidente Dilma Rousseff está lutando bravamente para salvar o mandato. A essas alturas, já se pode admitir que ela perderá a guerra do impeachment no Congresso Nacional e a sua chapa, com Michel Temer como vice, perderá depois o mandato no Tribunal Superior Eleitoral.

Esta é a expectativa nos meios políticos mais isentos e mais reflexivos, diante da avalanche de fatores negativos que cerca o Palácio do Planalto.

Muita gente já acredita que o TSE aproveitará a eleição municipal de outubro e fará em paralelo uma eleição presidencial.

No caso do impeachment, a senha favorável foi dada nas últimas horas pela respeitabilíssima ministra Carmen Lúcia, hoje vice-presidente do Supremo Tribunal Federal e que vai assumir a presidência desta Casa a partir de setembro.

Em diversas entrevistas, ela afastou a classificação de golpe, mostrando que o impeachment é constitucional. Disse ainda que caberá ao presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski, presidir a sessão homologatória do impeachment, no plenário do Senado, o que pode ocorrer no fim de maio.

No entanto, conversando com interlocutores diversos, Dilma diz ter a convicção de que conseguirá os votos necessários para barrar o processo de impeachment na Câmara Federal. Para impedir que o processo tenha seguimento no Congresso, o governo precisa de 172 votos em seu favor na Câmara, que tem 513 deputados.

“Eu tenho convicção de que nós teremos os votos necessários”, disse a presidente em resposta a jornalistas.

O plenário da Câmara vai analisar o parecer, caso seja aprovado pela Comissão Especial do Impeachment, criada na semana passada. Os 65 deputados da comissão apreciarão o relatório de Jovair Arantes (PTB-GO), que poderá acatar ou rejeitar o pedido de impeachment.

Em meio a tanta confusão, planilhas apreendidas pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Lava Jato, revelam doações feitas pelo grupo Odebrecht a mais de 200 políticos de mais de 20 partidos. As planilhas foram apreendidas em casa do presidente da Odebrecht Infraestrutura, Benedicto Barbosa da Silva Junior, preso temporariamente.

Enquanto isso, setores que apóiam Dilma agem de forma meio alucinada. Por exemplo, a Secretaria de Estado das Relações Exteriores do Brasil enviou às embaixadas brasileiras no exterior um alerta, denunciando o risco de um golpe político no Brasil.

Horas depois, o Itamaraty esclareceu que a mensagem não tinha autorização superior e devia ser desconsiderada. Isto é: uma trapalhada!

E o desgaste no exterior é mesmo grande. Artigo publicado pela revista britânica The Economist diz que a saída da presidente  Dilma Rousseff do poder daria ao Brasil a chance de um “novo começo”. Para a revista,  “a maneira mais rápida e melhor para Dilma deixar o Planalto seria renunciar antes de ser derrubada”.

Apesar disso, a publicação da Inglaterra acha que o impeachment de Dilma, diante da ausência de provas criminais, seria injustificado.

“O processo contra ela no Congresso se baseia em alegações não comprovadas de que teria usado truques de contabilidade para esconder a verdadeira dimensão do deficit orçamentário em 2015. Isso parece um pretexto para expulsar uma presidente impopular”.

Na próxima terça-feira (29), a situação da presidente Dilma vai se complicar, pois o PMDB nacional deve se reunir para anunciar o afastamento do governo e do PT. Se os peemedebistas romperem mesmo, o placar do impeachment fica consolidado contra Dilma.

Tudo isso vai ser agravado com o surgimento de novos fatos desfavoráveis nos próximos dias, inclusive na economia, que desmorona à medida que a crise política cresce. (RENATO RIELLA)

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