Ninguém pode duvidar da preocupação da presidente Dilma Rousseff com a crise da Zika Vírus, mas não há dúvida que seus marqueteiros estão usando o tema para reaproximá-la da comunidade brasileira, além de abafar os gritos de impeachment.
Assim, Dilma adotou a questão da Zika como prioridade. Após dar início a uma campanha de mobilizações contra o mosquito Aedes aegypti, ela fará um apelo nas próximas semanas a diferentes atores da sociedade civil no combate ao inseto.
O objetivo é sensibilizar lideranças para que se envolvam no que a presidente tem chamado de “guerra” para eliminar todos os focos do mosquito. Será que Dilma entrará na história como um novo Oswaldo Cruz?
O governo tenta demonstrar preocupação com o aumento do número de casos de microcefalia, malformação no cérebro de recém-nascidos, e que tem relação com o vírus Zika.
Na última quarta-feira, 27, foram confirmados o nascimento de 270 crianças com microcefalia no país, e a existência de mais de 3.400 casos suspeitos.
Na última semana, teve ínicio um calendário de limpeza de órgãos públicos, que terão periodicamente o Dia da Faxina, para eliminar criadouros do mosquito.
Além disso, 220 mil militares vão visitar casas e orientar moradores em 356 cidades no próximo dia 13.
A intenção é que a presidenta Dilma converse com representantes de igrejas, líderes de comunidades e empresários e peça auxílio no combate ao mosquito, além de continuar o contato com governadores e prefeitos.
Segundo a presidente, a mobilização servirá para “evidenciar” que todos têm de participar: “do soldado, passando pelo cientista, da pessoa que limpa uma rua, a dona de casa”.
O governo também pretende utilizar os cinco minutos gratuitos de inserção diária do Ministério da Educação nas emissoras de televisão para mobilizar os telespectadores e ouvintes. A partir de março, vai veicular uma campanha publicitária no rádio e na TV.
A orientação é de que seja utilizado o tema “Zika Zero”, que já se tornou hashtag nas redes sociais, e que os materiais tenham a frase: “Um mosquito não é mais forte que um país inteiro”.
Donos de emissoras de rádio e TV também poderão ser procurados pela presidente. Quem tem participado das discussões avalia que uma campanha integrada envolvendo a programação dos canais teria mais impacto do que apenas uma propaganda no intervalo comercial.