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jun 24 2013

DILMA VAI À LUTA, MAS CADA BATALHA É UMA GUERRA

 RENATO RIELLA

Dias antes de começarem as manifestações, vazou na imprensa um desabafo da presidente Dilma, justificando que não reunia o Conselho Político, formado por quase 20 partidos, porque ninguém consegue discutir nada com tanta gente. Imagine com 39 ministros!

Agora a situação mudou. Hoje a presidente Dilma deve se reunir com 27 governadores e mais tantos prefeitos de capitais. Começa a semana decidindo enfrentar os desafios. Para isso é preciso ouvir. Há também previsão de encontro com líderes dos protestos.

A presidenta conversa com os prefeitos às 16h, mas antes, ao meio-dia, eles participam de reunião na sede da Frente Nacional de Prefeitos. Paralelamente, o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, estará, às 15h, no Rio de Janeiro, para se reunir com o governador Sergio Cabral e com o prefeito Eduardo Paes.

O Globo afirma que o tema é mobilidade urbana, mas Dilma deve anunciar melhorias em saúde e novas vagas em cursos de Medicina. Também cobrará adesão à Lei de Acesso à Informação, para dar transparência aos atos públicos e combater a corrupção.
No Estadão, é dito que as medidas preveem punições a empresas que fraudarem licitações e ‘Ficha Limpa’ na administração pública A ideia é viabilizar decretos e mobilizar o Congresso para aprovar projeto que prevê multas pesadas contra empresas corruptoras.

 

NÃO ESQUEÇAM DA COPA

DAS CONFEDERAÇÕES

Não dá para esperar que as manifestações se esvaziem por conta própria, até porque a meta dos protestos é o jogo final da Copa das Confederações, no dia 30, às 19h, no Maracanã. Se o Brasil estiver de fora dessa disputa, então, aí é que a coisa se complica.

Outra meta é a Jornada Católica da Juventude, o encontro de dois milhões de jovens, muitos deles vindos do exterior, com o Papa Francisco. E nada mais franciscano do que este boom de protestos, que exigem austeridade total dos governantes.

Dilma espera começar a dar respostas ao povo na sua esfera de ação (a esfera meramente administrativa). E tenta dar resposta ao ponto polêmico do seu pronunciamento à Nação (importação de médicos), passando agora a informação de que tenta trazer médicos da Europa (não de Cuba).

Mas nada adiantará se as negociações não tirarem o Pastor Feliciano da Comissão de Direitos Humanos da Câmara; se o processo dos mensaleiros não for concluído logo no Supremo Tribunal; se Renan Calheiros continuar presidindo o Congresso Nacional; e principalmente se o Brasil permanecer com cerca de 30 partidos de imagem monstruosamente ruim.

Os trabalhos começam hoje, mas as manifestações não arrefecem. Cresce o protesto contra a PEC 37, sem resposta do Congresso Nacional, e integram-se às passeatas os médicos, provocados de forma inexplicável no pronunciamento da presidente.

Ninguém pode torcer (muito menos rezar) para que não dê certo. Resta mais de um ano e meio de governo para a presidente Dilma. Se ela saísse do governo, as chamadas soluções constitucionais seriam péssimas.

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