RENATO RIELLA
A greve do Metrô de Brasília já dura duas semanas e o Governo do DF não faz contraponto correto à ação dos sindicalistas.
Uma ação útil nesse tipo de movimento é a análise da realidade salarial. Vivemos um momento em que a inflação oficial está perto dos 3%, o que desestimula reivindicações salariais.
Ao mesmo tempo, os grevistas reivindicam a contratação de 600 servidores, pauta que surge no noticiário a todo o momento sem que o GDF e a direção do Metrô possam contestar com argumentos sólidos.
A Justiça determina que 90% dos trabalhadores operem na hora do pico, com multa ao Sindicato dos Metroviários, mas essa orientação simplesmente não é cumprida.
Por que o GDF não apresenta à sociedade um comparativo do quadro salarial do Metrô brasiliense com outros metrôs, como Rio e São Paulo, por exemplo?
O comentário em áreas fechadas é que os salários de Brasília já são superiores ao do restante do Brasil, o que abre ótima discussão.
Não dá para permanecer frio, quase gelado, em relação a uma greve que abala a cidade. Vemos hoje grandes engarrafamentos, porque muita gente passou a usar o carro particular nas principais vias, na impossibilidade de viajar de Metrô.
Muitos negócios estão prejudicados, à beira de quebrar, porque um eixo de desenvolvimento se fechou. O Metrô não é somente um trem que leva gente. É um motivador de negócios e de conforto para a população.
Não dá mais para esperar. É preciso uma ação mais drástica, de qualquer ordem, para acabar esta greve.