JOSÉ CRUZ (Do Blog do Cruz)
A Folha de S.Paulo informa que Michel Temer trabalha na composição do seu ministério. A 109 dias da abertura dos Jogos Olímpicos, quem herdará a pasta do Esporte?
Deveria ser alguém do ramo, que conheça os bastidores da máquina de governo, como o medalhista olímpico Lars Grael. Ou um acadêmico, Lamartine Pereira da Costa, membro do Conselho de Pesquisa do Comitê Olímpico Internacional. O problema é que ambos não têm vínculos político-partidários.
Mas Temer poderá optar pelo atual ministro, Ricardo Leyser Gonçalves, desde 2003 no Ministério do Esporte. Conhece os bastidores da preparação brasileira aos Jogos e tem boa relação com os senhores dos anéis olímpicos.
Porém, Leyser é do PCdoB – embora muitos garantam que ele não é um comunista fanático…
Apesar de orçamento enxuto – coisa de R$ 3 bilhões – o Ministério do Esporte torna-se valioso neste ano olímpico, devido a visibilidade que dará ao seu titular. Por isso, o cargo poderá ir para um político que trocou o “não” pelo “sim” e habilitou-se a uma “vaguinha” na Esplanada dos Ministérios.
Se assim for, o cargo ficará desmoralizado, mais uma vez. Mas foi isso que o PT fez com o Esporte: conquistou os megaeventos esportivos, construiu praças de luxo, mas não criou um sistema para formar atletas e ignorou o potencial do esporte na escola.
Em 13 anos, três ciclos olímpicos, os talentos que surgiram foram mais ao acaso do que por políticas de longo prazo. E quem responde pelo desperdício de quem ficou no caminho?