RENATO RIELLA
O julgamento da Ação Penal 470, o processo do mensalão, será retomado no dia 14 de agosto, a partir das 14h. O Supremo Tribunal Federal deve levar pelo menos um mês para analisar os 26 recursos apresentados pelos réus, os chamados embargos de declaração.
Ainda não foi definido se o STF manterá a figura do revisor, posto ocupado pelo ministro Ricardo Lewandowski, durante o julgamento principal.
Os ministros do STF estão brincando com fogo. No Facebook e em outras redes sociais, está se disseminando desde já a convocação de uma grande manifestação nacional no 7 de setembro, Dia da Independência.
Se essa questão do Mensalão continuar sem definição, poderá virar carro-chefe dos protestos em Brasília, sem que se possa prever o que acontecerá em termos de conflito.
Prevê-se que, no DF, as Forças Armadas transfiram o desfile para o Setor Militar Urbano, onde terão 100% de controle contra qualquer agitação.
No entanto, se isso acontecer, a Esplanada dos Ministérios ficará livre para receber muitos milhares de manifestantes.
Deve ser levada em conta a insatisfação contra a impunidade. O julgamento dos policiais militares que praticaram carnificina no Carandiru está sendo feito agora, sabendo-se que o crime ocorreu em 1992.
Será que o STF vai esperar tanto tempo para fechar o julgamento do Mensalão do PT?
Além do mais, os governos não deram respostas à sociedade em nenhum outro item (com exceção da cobrança original, que era o corte de R$ 0,20 na passagem de ônibus em São Paulo).
O dia 7 de setembro pode ficar marcado de forma trágica na vida brasileira. Mas as chamadas áreas de inteligência dos governos não acreditam nisso. Hoje, em off, analistas aparecem na imprensa afirmando que as manifestações de protesto estão perdendo força por causa da infiltração de vândalos.
É pagar para ver. O que é muito arriscado, pois sempre foi assim, até dar errado.
