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abr 25 2014

Especialistas dizem que totens agridem padrão urbano

Para que serve o Iphan? Reportagem de hoje do Correio mostra que este órgão, destinado a proteger Brasília das invasões estéticas e urbanísticas, não se pronunciou sobre 400 estruturas meio monstruosas, em formato de transformers, que estão sendo instaladas em Brasília.

Correio destaca que não são apenas os moradores do Lago Sul que reclamam dos cerca de 20 totens espalhados entre a QL 2 e a QL 14. Especialistas ouvidos pelo Correio reprovaram o design dos equipamentos, considerando-os fora do padrão de Brasília.

Além do Lago Sul, Lago Norte, Ceilândia, Guará, Gama, Núcleo Bandeirante, a Estrada Parque Indústria Gráficas (Epig) e o Eixão devem ganhar estruturas similares, que servem para fazer publicidade e, ao mesmo tempo, disponibilizar álcool em gel e protetor solar gratuitos para pedestres.

A empresa responsável pelos totens, a Embrasil-EU, disse ter feito contratos com o DER-DF e com a Coordenadoria das Cidades, mas trata-se de uma concessão que provavelmente não foi submetida a licitação pública.

O DER diz que o contrato foi realizado para 178 objetos, no valor total de R$ 26.755,18 a serem pagos anualmente. Já a Coordenadoria nega haver qualquer documento sobre o assunto no órgão. No total, seriam instalados 353 objetos.

“Sou a favor de se ouvir o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) ou o CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo) local, ouvir pessoas especializadas (antes da instalação)”, disse Aleixo Furtado, professor de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Brasília (UnB).

“Existe um padrão de sinalização da cidade, e não é nada parecido com esse desenho”, criticou.

A arquiteta Thaisa Comelli reforça o coro pela padronização das estruturas espalhadas pela capital federal. “É sempre indicado que qualquer totem, como esses, esteja coordenado com a programação visual do restante da cidade, para que possamos ter unidade”, explicou.

A arquiteta Maria Elisa Costa, filha de Lucio Costa, revolta-se com a ideia de construções no Eixão. “Não dá nem para pensar construir por lá, por uma questão elementar de preservação visual da área tombada”, disse.

A especialista crê que, em lugares como Lago Sul e Lago Norte, a presença dos totens pode incomodar ainda mais. “Quanto menos densamente ocupadas as áreas, mais a estrutura se destaca. Além do que, o próprio design dos totens, a meu ver, é pretensioso e desagradável”, criticou.

Cadê o Iphan?

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