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fev 27 2014

Especuladores internacionais agradecem: BC eleva juros para 10,75%

RENATO RIELLA
Pela oitava vez seguida, o Banco Central (BC) reajustou os juros básicos da economia brasileira. Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa Selic (juros básicos da economia) em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano, mantendo o Brasil como o país de maior taxa no mundo.

Apesar da elevação, o BC reduziu o ritmo do aperto monetário. Nas últimas reuniões, o Copom vinha reajustando a Selic em 0,5 ponto percentual.

Em abril de 2013, o Copom iniciou um novo ciclo de alta nos juros básicos, depois de quase dois anos sem aumento, e elevou a Selic para 7,5% ao ano. Desde agosto de 2011, a taxa vinha sendo reduzida sucessivamente até atingir 7,25% ao ano em outubro de 2012, o menor nível da história.

A Selic foi mantida em nível relativamente baixo até março de 2013, quando começou a subir dentro da estratégia do BC para, usando esse instrumento, impedir a explosão inflacionária. Vale dizer que a grande maioria dos países do mundo, neste momento, mantêm inflação plenamente controlada, com juros baixíssimos, mas pelo visto esse modelo não serve para o Brasil.

Quem ganha com os juros mais altos do mundo são os especuladores financeiros internacionais. Eles captam recursos no exterior, a taxas muito baixas, e vêm aplicar no Brasil, onde o governo lhes garante ótimo rendimento.

A dívida interna brasileira é hoje superior a R$ 2 trilhões. Em 2013, consta que o governo Dilma gastou cerca de R$ 260 bilhões para bancar os juros dessa dívida. Para cada ponto percentual que a taxa Selic aumenta, o custo da dívida aumenta de R$ 5 bilhões a R$ 6 bilhões.

As coisas são muito complexas e controversas, mas o Brasil vive nas mãos dos economistas, que não vêem outros caminhos se não o aperto da população via aumento de juros.

Vale lembrar que, na campanha de 2010, Dilma prometeu que o seu governo ofereceria ao povo juros abaixo de dois dígitos. Essa promessa durou algum tempo, pois os juros ficaram abaixo dos 8%, mas logo as pressões ocultas levaram o Banco Central e a presidente Dilma Rousseff a aceitarem taxas que hoje estão em 10,75%.

Na campanha eleitoral, Dilma certamente será cobrada por isso.

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