Os intelectuais do PT, outros intelectuais e até gente simples do Brasil, que gosta de poesia, vão morrer de inveja de mim, que não sou nada.
A foto mostra o famosíssimo poeta gaúcho Mário Quintana me visitando na redação do Correio Brasilienze, em 1988, sendo recebido também pela chefe de reportagem Áurea Varjão.
Como muitas histórias que conto, é difícil de acreditar.
Num domingo, assinei página dupla no Correio, focalizando Quintana. Usei algumas fotos históricas dele, republiquei alguns poemas célebres e fiz um acabamento especial.
A página dupla tinha uma moldura de dez centímetros, na horizontal e na vertical, onde consegui jogar cerca de 50 frases e pequenos poemas do craque gaúcho. (Não guardo quase nada; não tenho cópia; sinto muito)
No dia seguinte, no meio da tarde, a redação estava vazia. Com Áurea ao meu lado, a gente revisava algumas pautas, quando um porteiro entrou preguiçosamente e falou:
-Tem um velho chamado Mário querendo falar com você!
-Pôxa, manda entrar este velhinho, cara!
Ficamos meio na espera. De repente, Áurea berrou:
-Porra, veja quem é o velho, meu Deus!
Era o próprio.
O Mário disse que passou o fim de semana na casa de uma sobrinha, quando deu de cara com a página assinada por mim. E pensou: “Preciso conhecer este baiano!” – brincadeira, brincadeira!
Sentou no meio da bagunçada redação, contou histórias, tomou o café contaminado, levou diversos exemplares do jornal, conheceu outros jornalistas e foi embora de bem com a vida (como sempre, alías).
Áurea está morando no Rio. Hoje sentiu saudade de mim e me fez esta surpresa, mandando pelo Gmail a foto histórica, na qual agarra Quintana como autêntica tiete.
Agradeci a ela com muito carinho:
-Oi, Aurinha, a gente era bonito pra cacete… (RENATO RIELLA)