O mundo não entende como pode, no Brasil, com tanta disponibilidade de água para consumo humano, haver crise no fornecimento na principal cidade do continente, São Paulo.
Mas o certo é que o nível dos reservatórios do Sistema Cantareira voltou a cair, passando de 10,1%, ontem (4), para 10% hoje (5), patamar mais baixo da história.
De acordo com a medição diária da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a situação é a cada momento mais crítica, com medidas de racionamento já sendo adotadas.
Pelo Sistema Cantareira, é feita a distribuição de água para cerca de 9 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo. A mesma fonte de captação alimenta as bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, no interior do estado.
Por determinação da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo, a retirada de água do Sistema Cantareira foi reduzida de 24,8 metros cúbicos por segundo (m³/s) para 22,4 m³/s. Uma nova avaliação deverá ser feita no próximo dia 15.
Desde o dia 17 de março, a Sabesp vem tocando obras para viabilizar a retirada de água da reserva estratégica, que fica em uma área mais profunda do que a da atual captação, nas represas Atibainha, em Nazaré Paulista, e Jaguari/Jacareí, em Bragança Paulista.
Pelo cronograma, este aproveitamento deve começar em julho, elevando a oferta em torno de 200 bilhões de litros, volume suficiente para garantir o abastecimento por quatro meses.