RENATO RIELLA
Recebi um sedex hoje. Veio um homem de cabelo grisalho, dirigindo uma caminhonete, com roupa de carteiro. Ele pegou meu nome e me entregou o documento.
Na saída, deu uma risada bonita e comentou: “Esta nossa empresa está acabando!” Concordei. Perguntei quanto tempo ele já tinha de trabalho. Disse que é uma carreira de 35 anos.
Tentando ser cortês, falei: “Oba! Já tem idade para se aposentar”. Foi a senha para o desabafo.
-Aposentar como, se eles quebraram o nosso instituto de pensão, o Postalis, e agora querem que a gente pague a conta? – afirmou, com ar de muita revolta.
Questionei por que os servidores dos Correios não reagem contra isso. Desanimado, demonstrou que não sabe o que fazer. E foi embora, atendendo a ligação de uma cliente à procura de outro pacote.
Fiquei com a encomenda na mão, no meio da rua. Lembrei que nós, brasileiros em geral, vivemos o mesmo drama. ‘Eles’ quebraram o país e a gente não sabe o que fazer.
A passeata de amanhã, dia 12 de abril, é uma reação, mas não tem foco ainda. Me chamem quando for para invadir o Congresso Nacional e expulsar Renan Calheiros.
Me chamem quando for a hora de invadir a Petrobras para expulsar todo mundo que continua dentro da empresa, compartilhando o roubo maior do mundo.
Me chamem em coisas pontuais, mesmo perigosas. O Brasil e os Correios estão em estado de depressão. Haja Rivotril!
