Muitas famílias costumam ter poupanças, que são usadas em necessidades especiais. O Fundo Soberano do Brasil, criado em 2008, no governo Lula, seria uma espécie de poupança, para o país usar na hora da dificuldade momentânea?
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, considera “legítima” a utilização do Fundo Soberano do Brasil (FSB) para cobrir despesas da União em 2014. No entanto, em ano eleitoral, essa é uma medida que pode gerar muito desgaste para a presidente candidata Dilma Rousseff.
Na verdade, a frustração nas projeções de crescimento da arrecadação federal levou o governo a sacar R$ 3,5 bilhões do Fundo para impedir novo corte de despesas discricionárias (não obrigatórias).
Mantega justifica a providência, dizendo: “O Fundo Soberano é uma poupança primária que nós fizemos em 2008. Portanto, ele é perfeitamente utilizável. Não tem nada mais legítimo do que a utilização do Fundo Soberano, que nós economizamos em 2008, para cobrir uma parte das despesas. Então, não vejo qual a complicação nisso”.
O Fundo Soberano foi formado pelo excedente do superávit primário – economia de recursos para pagar os juros da dívida pública. A poupança serviu como reserva, caso o governo precisasse fechar as contas públicas.
Seu uso já aconteceu, antes. No fim de 2012, o Tesouro Nacional já tinha sacado R$ 12 bilhões para alcançar a meta de superávit primário daquele ano.
Mas agora estamos em ano eleitoral, quando tudo se discute. Portanto, vai dar muito bate-boca.
