LEDA FLORA
Casa bonita, noite quente. Champagne no ponto, cerveja tinindo, comida leve, dez pessoas. Só zelite .
A conversa corre amena, com música como pano de fundo. Mas a campanha eleitoral desce como tempestade e os argumentos de sempre, já ociosos, saem pelas bocas, esbarrando muito de leve nas mentes.
A paixão domina o encontro. Histórias de corrupção viram carro-chefe. Nenhum dos lados vai pro céu, isso é batata.
Uma mulher sensual e bonita dá uma de coruja: calada mas prestando a maior atenção. Um tempo depois, talvez uns 40 minutos, alguém resolve perguntar a ela em quem vai votar. Ela sorri e diz:
-” Não entendo e nem gosto de política, mas como só ouço aqui de roubos e mais roubos, se não votasse em branco, escolheria o ladrão mais novo. Gente, meu campo é moda, adoro novidades”.
Gargalhada geral e, claro, mudança de assunto.