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jan 27 2023

Índice de Confiança do Comércio começa 2023 menos otimista; segunda queda seguida

“O comércio de bens e serviços, que representa grande parte do PIB brasileiro e gera a maioria dos postos de trabalho formal, sente o desaquecimento das vendas provocado pela combinação da inflação persistente com os juros elevados”, afirma José Roberto Tadros, presidente da CNC. Ele ressalta que a desaceleração da criação de vagas no mercado de trabalho e o alto nível de endividamento das famílias geram mais cautela ao consumidor, cenário que deve persistir durante 2023.

“Os comerciantes vêm apontando, há dois meses, deterioração rápida das expectativas sobre o desempenho da atividade econômica e do comércio no primeiro semestre deste ano”, analisa a economista da CNC responsável pelo Icec, Izis Ferreira. Saltou de 12,1% em novembro para 31,4% em janeiro a parcela de varejistas que acreditam em uma piora na economia, nos próximos meses. Em relação à performance do varejo, subiu de 9,3% em novembro para 23,7% em janeiro o percentual de comerciantes que têm perspectiva de piora nas vendas.

Izis Ferreira assinala que os varejistas já suportam redução das vendas e, por isso, estão reajustando o planejamento para 2023. “A piora na percepção das condições atuais e das expectativas está levando os comerciantes a reavaliar investimentos na empresa e na recomposição dos estoques”, indica a economista. Conforme o Icec, a intenção de investir no negócio caiu 3,9% entre dezembro e janeiro, a quinta queda consecutiva, levando o índice aos 109,4 pontos. Do total de comerciantes, 42,4% pretendem reduzir investimentos: esse é o maior percentual desde junho do ano passado.

Os lojistas de todos os segmentos do varejo indicaram que vão enxugar seus investimentos. O destaque desse indicador é a queda de 5% em relação a dezembro entre os varejistas de produtos duráveis, o que levou o índice aos 103,4 pontos. “Os juros permanecerão elevados pelo menos até o terceiro trimestre deste ano, o que deve reverberar negativamente o consumo de bens dependentes do crédito”, explica Izis Ferreira.

Ainda houve pequena piora na avaliação dos comerciantes sobre o nível dos estoques em janeiro, uma queda de 0,3%. Esse indicador chegou a 94,6 pontos, e a parcela de comerciantes avaliando os estoques como adequados, 60% do total de varejistas, é a menor desde junho de 2021.

Outro dado que chama a atenção é a redução de 10,4% na intenção de contratar novos funcionários, no comparativo com janeiro de 2021, além da queda de 6,7% em relação a dezembro. O índice ficou em 122,9 pontos, ainda no espectro de otimismo.

Izis Ferreira explica que, tradicionalmente, janeiro é um momento de redução da contratação, por ser um período de menor quantidade de vendas. Além disso, parte dos contratos temporários realizados até dezembro acaba sendo efetivada, o que reduz a intenção de criação de novas vagas.

Fonte:  Ascom/CNC  – Luciana Neto

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