Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, por maioria, divulgou comunicado admitindo queda da taxa de juros oficial Selic em agosto, abaixo do percentual atual de 13,75%.
O Copom avalia para isso a continuidade da queda da inflação e seu impacto sobre as expectativas do mercado para o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo).
No entanto, o BC teme a reaceleração futura da inflação, por conta de um possível corte prematuro dos juros, o que poderia “levar a uma reversão do próprio processo de relaxamento monetário”. Ou seja, pode fazer com que o Copom pare de baixar os juros.
DÍVIDAS – O endividamento dos consumidores brasileiros bateu recorde nos últimos meses, segundo o SPC Brasil.
Cartão de crédito (31%), empréstimo em banco ou financeira (26%), crediário (21%), cheque especial (15%) e telefone (11%) são as principais contas em atraso, que levaram os consumidores a ficar com o nome sujo.
Os tempos médios das contas em atraso são: empréstimo em banco ou financeira (12 meses), parcelas a pagar em cheques pré-datados (12 meses), crediário (11 meses) e cartão de crédito (11 meses).
Principais produtos/serviços comprados no crédito, que levaram à inadimplência, foram os itens de supermercado (43%), roupas, calçados e acessórios (32%), remédios (28%), eletrônicos (19%), eletrodomésticos (19%) e combustível (18%).
O valor médio das dívidas dos inadimplentes, incluindo juros e multas, é de R$ 4.477, sendo que 20% possuem dívidas entre R$ 2.500 e R$ 7.500 e 14% entre R$ 500 e R$ 1mil
Os brasileiros inadimplentes priorizam o pagamento em dia da conta de água e luz (70%), de telefone (64%), TV por assinatura / internet (63%), plano de saúde (43%) e condomínio (38%).
INFLAÇÃO – IBGE divulgou o IPCA-15, a prévia da inflação de junho. Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumulou alta de 3,40%, abaixo dos 4,07% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em junho de 2022, a taxa foi de 0,69%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, seis tiveram alta no mês de junho. O grupo Habitação registrou a maior variação (0,96%) e o maior impacto (0,14 p.p.) no índice do mês.
Os três grupos que registraram queda foram Transportes (-0,55%), Alimentação e bebidas (-0,51%) e Artigos de residência (-0,01%).
CONFIANÇA – Indústria brasileira encerra o primeiro semestre de 2023 com mais setores confiantes do que com falta de confiança. Entre os 29 setores industriais pesquisados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), 17 estão confiantes.
Seis setores da indústria fizeram transição da falta de confiança para a confiança: Bebidas, Alimentos, Têxteis, Produtos de material plástico, Celulose e papel e Impressão e reprodução.
CONSIGNADOS – Mais uma vez, Presidente Lula criticou a taxa de juros do empréstimo consignado, atualmente em 1,97%, que deve ser revista.
Segundo ele, com juros sobre juros, dá quase 30% ao mês, muito acima das taxas oferecidas pelo BNDES aos empresários.
CONSTRUÇÃO – Índice Nacional de Custo da Construção – M (INCC-M), da Fundação Getúlio Vargas, variou 0,85% em junho, percentual superior ao apurado no mês anterior, quando o índice variara 0,40%.
O INCC-M acumula alta de 2,19% no ano e de 4,29% em 12 meses. Em junho de 2022, o índice havia subido 2,81% no mês e acumulava alta de 11,75% em 12 meses.
BOLSONARO – Ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), votou no seu relatório pela condenação do ex-Presidente Bolsonaro à inelegibilidade por oito anos. Julgamento foi suspenso e será retomado amanhã (29).
SIMPLES – Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, vetou o pedido dos governadores de assumirem a administração do Simples Nacional. Disse a eles que tentativas de mexer no regime especial de tributação podem ameaçar a viabilidade da reforma tributária.
Na semana passada, secretários estaduais de Fazenda haviam deliberado, por maioria, que a administração do Simples deveria ficar a cargo do conselho federativo a ser criado pela reforma – e que gerenciará o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), novo imposto que unificará o ICMS (estadual) e o ISS (municipal).
Dada a relevância do Simples, com 22 milhões de empresas no regime, os secretários dizem que é preciso dar uma “gestão mais técnica” ao modelo, mas pelo visto não haverá mudanças.
CENSO – IBGE divulga hoje os resultados do Censo Demográfico de 2022. A coleta dos dados terminou em 28 de fevereiro. Desde então, o instituto trabalhou na apuração e revisão dos resultados.
A coleta do Censo começou em 1º de agosto de 2022 e enfrentou resistência da população em responder ao questionário.
PLANO SAFRA – Presidente Lula lança hoje, no Palácio do Planalto, o Plano Safra da Agricultura Familiar 2023/2024, que deve financiar R$ 75 bilhões, a um juro menor que 10% ao ano.
O lançamento ocorre após a divulgação do Plano Safra 2023/24 voltado ao grande agronegócio, com R$ 364,22 bilhões para apoiar a produção agropecuária nacional de médios e grandes produtores rurais.
ECONOMIA – Dólar fechou ontem a R$ 4,79, subindo 0,68%.
Índice Ibovespa, da Bolsa de Valores, caiu 0,61%, para 117.523 pontos.
Por RENATO RIELLA
