RENATO RIELLA
Tenho dito aqui que o brasileiro resolveu fazer injustiça com as próprias mãos. Começamos a ver isso nas menores coisas.
Em Brasília, surgiu uma figura que vem sendo chamada de “O Justiceiro”. É um cara especializado em danificar faixas clandestinas colocadas nas esquinas e nos canteiros da cidade.
No fim de semana, principalmente, no Plano Piloto, no Lago Sul, no Sudoeste e em Águas Claras, faixas de pano de todos os tamanhos promovem impunemente todo tipo de negócio.
É aí que entra “O Justiceiro”. Pessoas que vivem nas ruas dizem que ele é velho, certamente aposentado, com a cabeça toda branca.
O carinha chega num carrinho, com uma faquinha amolada na mão. Em rápida operação, tira o miolo de cada faixa, deixando a estrutura inútil enfiada no gramado.
Daqui a pouco vai ser espancado por algum propagandista, mas por enquanto está suprindo a ausência do Estado.
Um amigo, Henrique Gomes, quase fotografou o velhinho, mas o sinal luminoso abriu e ele perdeu a chance.
Só faltava essa: um “Justiceiro” em plena Capital da República. Danou-se!