Pense nisso: está indo para o segundo turno, nas eleições da França, a candidata de extrema direita Le Pen, que na reta final prometeu fechar as mesquitas no país.
Foi uma jogada extrema da extrema para tentar vencer a eleição. Os últimos atentados de origem muçulmana deixaram grande parte da população revoltada.
É provável que a mulher direitista perca mais uma eleição. Mas lembrem-se que Donald Trump falou coisas até mais graves e surpreendeu o mundo. E está surpreendendo ainda mais com suas bombinhas.
Afastando-se a discussão moral, vamos analisar: qual a operacionalidade necessária para o Estado francês fechar as mesquitas?
Que tipo de intervenção poderá ser feito em entidades que existem formalmente, com instalações, movimentações financeiras, contabilidade, público fiel, etc?
Se fechadas as mesquitas, o que será feito dos milhões de muçulmanos? Rezarão em casa, nas ruas, nas escolas – ou vão montar mesquitas clandestinas?
O eleitor devia cobrar de Le Pen essas respostas, mas o clima é tão elevado que ninguém cobra nada. É pura raiva!
Não podemos subestimar este fato.
Há tempos prevejo que a convivência com muçulmanos nos países tradicionais da Europa ficará impossível. Mas, e daí? O que acontecerá quando a crise chegar a níveis insuportáveis?
O mundo não tem sábios suficientes para traduzir esta equação social. E haja vítimas! (RENATO RIELLA)