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maio 16 2016

LEI DE MURPHY RONDA GOVERNO TEMER

LEONARDO MOTA NETO (Carta Polis)

O fantasma do engenheiro espacial americano Edward Murphy  está rondando corações e mentes do governo Temer, como uma ave agourenta. Ele foi autor da famosa lei de Murphy, que reza: “Se uma coisa pode dar errado, com certeza dará” .

Murphy morreu em 199O, mas sua lei nunca esteve tão viva. Um belo dia, pode ser comprovada mais uma vez, não mais na engenharia espacial, mas no Brasil, na sua política terra-a-terra.

O governo Temer, por exemplo, não pode errar. Murphy está rondando os seus passos. Mesmo porque saiu da votação do Senado ungido por uma derrota vergonhosa da presidente afastada Dilma Rousseff, de Lula, do PT e do Senado, por 55 votos a 22, permitindo que a novíssima república alçasse ao poder, mesmo provisoriamente, por até 18O dias, quase que sob aclamação.

Murphy adverte: cuidado com os sintomas da doença do “mais do mesmo” É uma séria moléstia que se enraizou no organismo da velhacaria política brasileira.

Era 1949, nos Estados Unidos, Murphy era engenheiro da Força Aérea que usava um seu experimento para testar a tolerância humana à aceleração. Um deles envolvia o conjunto de 16 medidores de aceleração colocados em diferentes partes do corpo humano. Existiam duas maneiras de colocar os sensores, mas um técnico instalou todos os 16 da maneira errada.

Foi neste momento que Murphy proclamou ao mundo e ao universo a sua imortal lei. A Lei de Murphy reza que, se uma coisa pode dar errada, com certeza dará.
Temer tem mil motivos para escapar ao determinismo da pseudo-lei, mas já incorreu em três erros crassos:

1 – Não convidou nenhuma mulher para seu ministério, mesmo com a desculpa de que ele foi reduzido em dez pastas e que precisou distribuí-las sob o critério da necessidade de aprovar medidas no Congresso. Portanto, precisou efetivar barganhas com os partidos de sua base de sustentação. Indiretamente, reconheceu que mulheres políticas não são aptas para protagonizar o jogo da sustentação de um governo.

2 – Pior foi a explicação do ministro Eliseu Padilha na entrevista: não acharam nenhuma mulher que preenchesse os perfis adequados. Joana Angélica e Maria Quitéria devem estar se revolvendo nos seus túmulos. Para que elas guerrearam tanto?

3 – A questão do sumiço do Ministério da Cultura, tornado num piscar de olhos uma dependência do Ministério da Educação. O Ministério que expressa o acervo da criação artística e cultural, e o patrimônio histórico brasileiro, das bibliotecas e museus, foi para um porão vetusto do Ministério da Educação. Covardia! José Aparecido – seu primeiro ministro – Celso Furtado, Antonio Houaiss, Luiz Sergio Rouanet e outros que o sucederam nem reclamar podem. Estão todos mortos.

Como Murphy. Mas este, pelo menos, pode se insurgir com sua lei.

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