Hoje acordo com a notícia da morte de Paulo Nogueira Neto.
Tudo bem, já estava meio velhinho, é natural.
Mas importa dizer a importância que tem (e teve) na História brasileira. Marcante!
No meio da década de 70, não se falava de ecologia ou meio ambiente em todo o mundo. No máximo, alguns se preocupavam com a poluição.
Paulo Nogueira Neto criou e instalou a Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), vinculada ao Ministério do Interior.
Bem novinho (cerca de 25 anos de idade), fui um dos coordenadores de Comunicação desse ministério, o mais forte já existente na vida brasileira. Trabalhei junto com Valéria Velasco, recentemente falecida, outra pessoa fantástica.
E convivi com Paulo Nogueira Neto, apoiando ele. inclusive com recursos, na produção de peças diversas: folders, audiovisuais, etc.
Muito equilibrado, sabia que tinha pela frente trabalho infinito na implantação de uma cultura ecológica no Brasil, mas colocava tijolo por tijolo, calmamente, nesta construção.
Aprendi com ele a ser determinado. Aos poucos fui vendo os resultados do nosso trabalho pioneiro.
Na época, estourou a grave crise de poluição em Cubatão, onde Paulo Nogueira advertia para o nascimento de crianças sem cérebro.
Meu posto era no Ministério do Interior, alguns andares acima da pequena Secretaria do Meio Ambiente. Mas sempre que podia, fugia pra lá, testemunhando o nascimento da nossa ecologia.
Devemos a Paulo Nogueira a abertura de discussões sobre a Lei Ambiental, num momento em que ninguém levava a sério este tema.
Hoje morreu um dos homens mais estratégicos da vida brasileira.
Deus proteja e ilumine Paulo Nogueira Neto, um ser humano acima de qualquer padrão, idealista sem fanatismo, grande mestre. (RENATO RIELLA)