Provavelmente amanhã o ex-presidente Lula estará viajando para a Etiópia, na África, onde pretende participar de um evento da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO).
Assessores dele já seguiram na frente e ele ontem, em manifestação pública depois da condenação, confirmou a viagem, prometendo voltar na segunda-feira para prosseguir na campanha como candidato a presidente.
Parece não haver impedimento para essa viagem, embora adversários do ex-presidente temam que ele possa pedir refúgio em algum país amigo.
O evento será realizado em Adis Abeba, capital do país, e foi marcado antes do agendamento do julgamento contra Lula no Tribunal Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre.
Conforme publicado na edição de 15 de janeiro do Diário Oficial da União (DOU), o presidente Michel Temer autorizou o afastamento de três servidores para acompanhar o líder petista em sua visita à Etiópia, que ocorrerá entre os dias 26 e 29 de janeiro.
Por lei, um ex-presidente tem direito a contar com pelo menos seis servidores, além de veículos oficiais e motoristas.
Situado no Chifre da África, a Etiópia é um dos países com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais baixo do mundo (174º lugar entre 188 nações) e governado pelo mesmo grupo político desde 1991.
Com um sistema republicano e parlamentarista, a Etiópia tem Mulatu Teshome como presidente e Hailemariam Desalegn como primeiro-ministro. Recentemente, este último anunciou a libertação de todos os presos políticos no país, em uma decisão que renovou a esperança de retomada do diálogo político com a oposição.
A viagem gerou reações entre adversários de Lula, que temem uma possível fuga, já que a Etiópia não possui tratado de extradição com o Brasil.
De qualquer modo, falando do exterior, Lula terá ainda maior repercussão internacional, ao afirmar que foi vítima de uma condenação política.
Durante o dia de hoje toda a imprensa buscará outros detalhes sobre a viagem.