Doze recém-nascidos são registrados todo dia no Distrito Federal, tendo como mães crianças ou adolescentes, geralmente solteiras.
Multiplique o número e você terá o monstruoso resultado de um ano.
É muito grave, mas certamente haverá cidades com índices ainda mais alarmantes.
Desde a década de 90 que escrevo sobre este problema, mas ninguém ouve ou vê.
Será que a manchete enorme do Correio, num domingo, vai acordar a sociedade e o governo do DF para este problema?
Não é simples. O fenômeno impacta todas as áreas, gerando problemas que recaem sobre o Estado. Mas não aparece nenhum grande estudioso para apresentar um programa que evite o aparecimento de mães-infantis.
Igrejas, escolas, universidades, ONGs, políticos, policiais e muitas outras áreas precisam se unir para defender as nossas garotas.
Em 1990, numa campanha eleitoral, vi uma cena chocante. Três irmãs, de 14, 15 e 16 anos, já grávidas, assistindo um comício na Ceilândia. Falei com elas e disseram que a família iria ajudar na criação dos nenéns. Estavam de bom humor, sem noção do estrago feito nas suas vidas.
Há muitos recursos de inteligência para reduzir este problema. Até hoje o que faltou foi vontade política. (RENATO RIELLA)