E se Delfim for preso aos 87 anos? Ora, não será mais surpreendente do que a prisão do velho Maluf. E, além do mais, consta que ele, apesar de sempre gordão, tem melhor saúde.
No Brasil de hoje, tudo pode acontecer. E as denúncias contra Delfim são gravíssimas.
Mesmo sem fazer parte do governo, mas sempre muito ligado ao então presidente Lula, o “gordo” teria recebido R$ 15 milhões de propina para facilitar a licitação da Usina de Belo Monte, obra tão discutida e tão envolvida sempre em suspeitas.
Duas delações premiadas podem levar mesmo Delfim para a cadeia: a da Andrade Gutierrez e a do Odebrecht.
Estamos lidando com um homem poderoso desde a década de 60, responsável pela frase: “Vamos deixar crescer o bolo e depois dividimos com o povo”. Ele e todos os governantes, da ditadura e da democracia, sempre comeram este bolo sozinhos. Agora poderá pagar por isso. O povo cansou.
Delfim sempre esteve envolto em suspeitas, e em alguns momentos até foi apelidado de 10%. Foi justamente o percentual de 10% que coube a ele em Belo Monte. Os 90% restantes ficaram para gente ligada aos governos petistas.
Um dia a casa cai. É um ditado batido, usado por Fernandinho Beira-Mar ao gritar numa rebelião a célebre frase: “A casa caiu”.
Resta saber se a Justiça será rápida de forma suficiente para prender Delfim enquanto ele estiver vivo. Provas, para isso, já existem.
Aos mais novos, informo: estamos diante do homem mais forte que já passou pela área econômica no governo brasileiro em todos os tempos.
Delfim viveu momentos de grande poder em diversos governos. Mesmo com o fim da ditadura, continuou bastante influente e até com os petistas, pelo visto, se entendia muuuuuuito bem. (RENATO RIELLA)