O brasiliense, sob protestos, prossegue pagando o reajuste dos ônibus e do metrô, que chegou a 25%, enquanto a Câmara Legislativa e o Governo do DF não se entendem sobre este assunto.
Como o governador Rodrigo Rollemberg decidiu manter o reajuste, o presidente da Câmara, Joe Valle, pretende fazer sessão extraordinária, com a presença de no mínimo 13 deputados distritais, no dia 12 da próxima semana.
Enquanto isso, o GDF afirma que, sem orçamento suficiente para subsidiar o transporte público do DF, manterá o reajuste das passagens de ônibus e de metrô.
No entanto, o governador propõe queda no aumento da tarifa de R$ 5, se houver alternativas da Câmara Legislativa para cobrir os gastos.
A proposta foi reforçada por Rodrigo Rollemberg em segunda reunião com distritais, na tarde desta terça-feira (3), na Residência Oficial de Águas Claras.
Assim, segundo o governador, o metrô e as linhas de ônibus de longa distância ou de integração poderiam cair para R$ 4,50 caso os deputados revisassem as regras da gratuidade para alunos de escolas particulares, ou colaborassem com R$ 50 milhões do orçamento da Casa.
Para manter o reajuste, Rollemberg justificou falta de verba para bancar o sistema de transporte público.
Neste ano, há apenas R$ 173 milhões para essa finalidade, sendo que, em 2016, o governo desembolsou cerca de R$ 600 milhões.
“Temos necessidade de reduzir esse déficit imediatamente. Sem o reajuste, o sistema só funcionaria até o final do mês de março. Para garantir a continuidade dos serviços públicos, tivemos que fazer”, ponderou.
Isso ocorre porque parte da tarifa cobrada é paga pelos cofres públicos ao invés de ser totalmente repassada aos usuários.
Também é o Executivo local que arca com as passagens para os grupos que têm o direito à gratuidade: estudantes, idosos e pessoas com deficiência.
Com o reajuste, as tarifas de linhas circulares internas subiram de R$ 2,25 para R$ 2,50; as de ligação curta, de R$ 3 para R$ 3,50; e as de longa distância, integração e metrô, de R$ 4 para R$ 5, nesse último caso com reajuste de 25%.
O governador diz que segue disposto a ampliar o debate com os distritais.
“Considero positiva a disposição da Câmara Legislativa de contribuir, no sentido de compreender com profundidade o sistema, para buscar soluções estruturais que possam tornar o transporte coletivo sustentável” – afirmou ele.
Sem acordo, já que os deputados pedem a suspensão do reajuste por 15 dias para estudar o tema, o presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT), anunciou, ao fim do encontro, que convocará sessão extraordinária para a próxima semana.
“Muitos deputados querem participar dessa questão. Vamos discutir para que a gente possa, aprofundando nesse assunto, achar soluções definitivas para esse sistema de transporte, que realmente é insustentável”, avaliou.
Também participaram da reunião com o governador, o vice-presidente da Câmara Legislativa, Wellington Luiz (PMDB), e o deputado Raimundo Ribeiro (PPS), que são mais radicais no sentido de que a CLDF derrube este aumento via decreto legislativo.