Jofran Frejat (DF) e Geraldo Alckmin (São Paulo) são dois médicos sofrendo da mesma doença chamada Centrão.
O chamado Centrão, que reúne diversos partidos de direita em busca de negócios, sempre existiu, mas só agora fica popularizado.
Passou a aparecer de forma mais organizada para influir nas eleições de 2018, valendo-se de enorme tempo de televisão na propaganda gratuita e dinheiro do Fundo Eleitoral.
São muitos partidos, mas os principais são o PR, do complicadíssimo Valdemar Costa Neto, e o PP.
Mais moderado, Alckmin adia o lançamento da sua candidatura a presidente da República pelo PSDB, até ter certeza de que conseguirá mesmo o apoio do PP.
Frejat, de temperamento mais explosivo, falou demais e disse que não entregaria a sua alma ao diabo. Mas pode ser que volte hoje a falar com a imprensa, dizendo que conseguiu composição confortável com o seu partido, PR, e o PP.
Ele ainda tem, além do tradicional Centrão, o também complicado MDB, que deve abocanhar uma fatia expressiva da chapa do DF.
Em condições normais da vida democrática brasileira, Frejat e Alçkmin passariam longe dos partidos que estão sempre envolvidos nos principais escândalos brasileiros.
Mas os dois pensam que, mesmo comprometidos com o Centrão, conseguirão governar sem comprometer seus currículos e até a sua própria liberdade, em caso de processos graves na Justiça.
Fica o Brasil aguardando essas duas respostas. Frejat e Alckmin vão mesmo controlar o Centrão?
Deus proteja os dois, que podem ser bons governantes no futuro, mas estarão correndo muitos riscos. (RENATO RIELLA)