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jun 08 2013

METRÔ É A SALVAÇÃO. E DAÍ?

RENATO RIELLA

É impressionante saber que o ar na cidade de São Paulo seria, em média, 30% mais poluído se o metrô não existisse, segundo estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). São quatro milhões de passageiros por dia.

Todas as pessoas influentes de Brasília precisam levar isso em conta, pois o Metrô do DF vive abandonado. É um crime praticado todos os dias, desde a década de 90, com a conivência da sociedade, que se omite e elege governantes insensíveis para esta realidade.

Este ano vi na TV Globo um dirigente do Metrô brasiliense confessando que há 20 anos não são feitos investimentos nessa área. Trata-se de uma obra antiga, que já não garante dinheiro novo, e por isso desperta pouco interesse dos governantes.

Águas Claras foi feita na década de 90 em função do Metrô. Modernos conjuntos de prédio em Samambaia, por exemplo, surgiram nos últimos anos levando em conta a proximidade em relação a essa linha de transporte.

Multidões de usuários foram se incorporando sem que o Metrô crescesse. Para completar, haverá agora o Vagão Rosa, destinado exclusivamente a mulheres, conversa mole para boi dormir.

Os 42 quilômetros de linhas originais, projetados na década de 90, não foram ampliados. O Metrô transita há mais de 20 anos por uma mesma área da Ceilândia, uma cidade de quase 600 mil habitantes, deixando a maior parte da população sem acesso a esse tipo de transporte.

Em Águas Claras, às vezes, passageiros pegam o Metrô em direção a Samambaia, voltando depois ao Plano Piloto. No sentido normal, os carros já passam lotados. Nem dá para entrar.

No governo Arruda, a Secretaria de Transportes ficou de olho em dinheiro novo (bilhões e bilhões) e projetou o chamado Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) da W3, abandonando o Metrô. O VLT passaria pela W3, mas graças a Deus fracassou.

Quando Luiz Pitiman foi secretário de Obras, assisti palestra dele comunicando que o Governo do DF já tinha dinheiro garantido para estender o Metrô até a Asa Norte, com estação em frente aos Setores Bancário e Comercial Norte. Cadê? Cadê? Ou o dinheiro sumiu, ou sumiu o propósito de construir, com a saída de Pitiman.

De qualquer modo, esta ampliação não é a melhor solução. O que o povo precisa hoje é de mais carros, menor intervalo entre os vagões, manutenção de bom nível para os veículos, trabalhadores bem treinados, etc.

Lembrem-se: em São Paulo, o Metrô reduz a poluição em 30% e gera comodidade incrível para a população. E lá foi bem difícil implantar o sistema, numa cidade já ocupada intensamente. Aqui ainda há espaço, mas se demorarmos mais algum tempo isso acaba.

Metrô deveria ser a plataforma de campanha do próximo governador do DF. Mas talvez nenhum candidato tenha sensibilidade para isso. Pensando bem, quem sabe o Pitiman…

E não venham me dizer que Metrô dá prejuízo, pois governo não foi feito para dar lucro. Governo existe para tentar nos dar um pouco de felicidade.

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