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jun 09 2013

DILMA DESPENCA SEM REDE DE PROTEÇÃO NO CIRCO BRASILEIRO

RENATO RIELLA

Dilma está em péssima situação. Ela teve nas pesquisas uma curva ascendente intensa até março deste ano e de repente caiu. Quem entende de pesquisa sabe que é difícil interromper a tendência da curva descendente, a não ser se ocorrer algum fato muito extraordinário.

Em março, a avaliação do governo Dilma estava ótima: 65% de positivo. Neste momento caiu para 57% e nada indica que voltará a subir. É uma situação que normalmente desperta pânico dentro do governo, até mesmo porque este resultado do Datafolha deverá ser confirmado no início da semana pelo Ibope.

Os primários dizem que a queda é por causa da economia, mas este é um fator pequeno. Como acreditar numa presidenta que, diante de uma crise política, aparece publicamente unida a um vilão nacional? E quem é este vilão? Nada menos do que o presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros, eleito pela própria Dilma.

 

MUITAS TRAPALHADAS NO

CAMINHO DA PRESIDENTA

Mais do que a economia, pesou no desgaste da super Dilma a trapalhada da Bolsa Família, até hoje não explicada. E os aumentos de passagens de ônibus em diversos estados, com quebra-quebras.

Pesa muito, para os brasileiros comuns, ver no Jornal Nacional que a maravilhosa safra de soja ficou apodrecendo nas fazendas ou se estragando nos caminhões. Filas quilométricas, mostradas de forma insistente pelo Jornal Nacional, indicavam que o Brasil não está preparado para produzir, nem para exportar – nem para nada.

Alguém pode falar que a presidente Dilma terá fator de recuperação com a Copa das Confederações. Mas como, se a Seleção Brasileira não merece confiança? E como, se o nosso principal jogador, ídolo da juventude, o carismático Neymar, foi vendido nas vésperas da competição?

Os preços bilionários, inaceitáveis, dos estádios são grande fator de desgaste do governo. Diariamente, em todas as cidades, as filas dos hospitais são atribuídas aos gastos da Copa. E todos jogam essa culpa na presidente Dilma, que precisa até comemorar a manutenção dos 57% de aprovação, número elevadíssimo diante de tantos problemas.

Há outro aspecto. Lembrem-se que, em 2008, o então presidente Lula levou milhares de brasileiros a comprarem carros com 60 prestações facilitadas. Neste momento essas pessoas estão terminando de pagar os empréstimos, tendo como saldo carros desvalorizados ou destruídos. Será que estão satisfeitas?

 

POVO VAI SENTIR A

VOLTA DOS JUROS ALTOS 

Neste BLOG, venho afirmando de forma insistente que o Plano Real da Dilma é a redução dos juros. Ela realmente conseguiu cumprir a promessa de campanha e reduziu a chamada Taxa Selic para bem abaixo dos dois dígitos. Hoje a taxa ainda está na faixa dos 8%, mas o povo é bombardeado pela informação de que os juros estão subindo de volta. É uma perda para todo mundo.

Para completar, a oposição tucana volta a falar do Plano Real, que passa a ser ameaçado pela inflação acima dos 6%. Dilma precisa levar em conta que acabou o tempo em que desfilava nas pistas sozinha. Agora há cavalos concorrentes (Marina Silva, Aécio Neves e Eduardo Campos), diariamente apontando as falhas do governo.

Dilma está perdendo gradativamente o seu principal parceiro, o PMDB, que assume discurso contestatório em diversos estados, disputando com os petistas o direito de eleger governadores.

E há o Mensalão. Nesse caso, Dilma vinha se mantendo preservada, mas nos últimos tempos indicou dois novos ministros para o Supremo Tribunal Federal que podem mudar os rumos do processo, deixando livres de prisão nomes como José Dirceu, Valdemar Costa Neto e – quem sabe! – Marcos Valério.

Se os dois ministros da cota de Dilma mudarem drasticamente o rumo do processo no STF, a presidente será a principal responsabilizada pela impunidade vigente nesse caso. E a perda de conceito será grande.

Diante de tantos problemas, vale quebrar a cabeça para tentar destacar algum fato positivo que leve a presidente Dilma a reagir nas avaliações das pesquisas.

Sinceramente, não vejo nada de positivo. E o ex-presidente Lula, que diz eleger até um poste, sumiu. Como se diz, tirou o dele da reta neste momento grave e vive por aí, de país em país, fazendo palestras onde deve estar faturando em dólares.

Portanto, os marqueteiros da Dilma terão muito trabalho pela frente, pois problemas como essa relação sangrenta com os índios passam a ser maximizados pela falta de estratégia do governo.

Sem contar a fragilidade do ministro da Fazenda. Guido Mantega, que está sendo engolido pelo Banco Central.

Resta esperar que o Brasil vença a Copa das Confederações e que os estádios funcionem sem nenhum grande incidente. É a salvação momentânea.

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