Na Semana do Nunca Mais, em que o governo federal promove diversas agendas pela memória, verdade e justiça, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) recebeu em audiência mais de 150 familiares de mortos e desaparecidos políticos. A ação aconteceu ontem (28) e a semana, que começou em 27 de março, segue até 2 de abril.
O encontro foi marcado por relatos impactantes de familiares e vítimas do regime autoritário que assolou o Brasil por mais de duas décadas, deixando cicatrizes profundas na sociedade. Na ocasião, o ministro Silvio Almeida destacou a importância de políticas promovidas pelo governo federal como forma de reparação a vítimas e familiares.
“É dever do Estado continuar procurando pelos desaparecidos. Não estamos lidando com o passado, não queremos prestar contas ao passado: estamos prestando contas ao futuro do país. Estamos estabelecendo uma forma de garantir a justiça e a memória”, afirmou Almeida.
O drama da busca por informações ainda é realidade em muitas famílias. O assessor especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade, Nilmário Miranda, reconheceu o compromisso de todos os presentes. “Estamos em fase de reconstrução. Hoje, o evento é para essas famílias que nunca abandonaram seus entes queridos e lutam por reparação e justiça. Uma lealdade exemplar”, reforça.
Nos últimos dias da gestão anterior, o governo extinguiu, em 30 de dezembro de 2022, a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, destinada a localizar e reconhecer vítimas da Ditadura Militar.
O ministro Silvio Almeida repudiou o ato ilegal cometido pelo governo anterior e reforçou a importância da CEMDP. “A Comissão de mortos e desaparecidos não é resultado apenas da vontade de um governante, mas sim de uma política de Estado do Brasil amparada pela lei e tratados internacionais”, declarou.
O ministro sinalizou ainda que o MDHC já encaminhou a solicitação de reabertura da Comissão. “Estamos aguardando a decisão do presidente da República para retomar o funcionamento”, disse. A reativação do colegiado se dará por decreto presidencial a ser publicado nos próximos dias.
Fonte: Ascom/MDHC