O Brasil tinha no ano passado 9,3% de fumantes.
Grande avanço! Na década passada, ainda havia 15% de fumantes na nossa população.
Os especialistas não podem falar abertamente. Livre que sou, posso dizer que um dos motivos da queda deste índice é a morte dos fumantes mais velhos.
Chico Anísio penou durante algum tempo, sem conseguir respirar, e deixou esta frase: “O maior erro da minha vida foi fumar”.
Hoje, os jovens que fumam são das áreas mais pobres da população.
A população mais esclarecida, que mora em centros mais avançados, tem índice menor de novos fumantes.
No entanto, não existe mais campanha contra o cigarro, embora na TV praticamente nunca apareça alguém fumando – a não ser em filmes antigos.
O consolo é que a maioria de países avançados, de Primeiro Mundo, tem índice de fumantes bem acima do Brasil.
Estive recentemente em Portugal e fiquei triste de ver como as mulheres ainda fumam.
As nossas leis anti-fumo foram pioneiras no mundo e são copiadas por diversas nações.
Fumar é mesmo a pior decisão na vida de qualquer pessoa.
Nunca fumei por causa do meu pai Agenor. Na Cidade Baixa de Salvador, numa noite, ele ficou até meia-noite na janela esperando passar um fumante para filar um cigarro (o bar e a padaria já estavam fechados).
No outro dia, vi ele comentar: “Sou mesmo um desgraçado viciado em cigarro”.
Agenor passou a andar com balinhas no bolso (e a gente filava algumas, sempre). Quando sentia vontade de fumar, chupava uma ou duas. E assim conseguiu superar o vício na metade da vida.
Quando meu pai estava com 80 anos (viveu mais seis anos depois), teve forte problema pulmonar. Fez chapas e o médico lhe perguntou: “O senhor ainda fuma?”
Quarenta anos depois, esta pergunta?
Agenor ficou intrigado com a adivinhação, mas o médico sacudiu o Raio X e comentou: “Ainda está tudo aqui, marcas para sempre no pulmão, depois de quatro décadas”.
Não seja burro de começar a fumar.
É uma escravidão suicida. (RENATO RIELLA)