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abr 05 2014

MULHER SEM ROUPA CORRE PERIGO?

RENATO RIELLA

Uma pesquisa criminosa do Ipea deu ao homem brasileiro o falso perfil de estuprador. Por incrível que pareça, essa pesquisa não foi contestada a tempo por nenhum de nós. Barbaridade!

Em vez disso, a maioria de nós acreditou no dado manipulado. E muita gente veio a público, lançando verdadeira campanha contra o nosso povo, que na verdade foi injustiçado duplamente: pelo Ipea e pelos (a) manifestantes.

Dizem que o Ipea fez o jogo do Palácio do Planalto, jogando na rua um factóide para confrontar os escândalos bilionários que abalam a República. Nunca se conseguirá provar esse crime. O que se sabe é que o responsável pela pesquisa já perdeu o emprego e deve estar “desaparecido” estrategicamente.

Passado o susto, posso dizer que vejo o homem brasileiro, na grande maioria, com perfil civilizado, brincalhão, apto a absorver a pouca roupa numa mulher sem apelar para cenas de violência.

Ao contrário, em ambientes de nível internacional, tenho visto jovens europeus e principalmente orientais se comportarem de modo ansioso, inconveniente, em eventos nos quais moças bonitas estão trabalhando como recepcionistas ou modelos.

O brasileiro olha, faz fiu-fiu, solta uma piada (às vezes manjada), mas dificilmente apela para a ignorância. O Ipea está nos devendo sinceras desculpas. Como esse órgão certamente não tem competência para se expressar, pode contratar alguém como Chico Buarque (ou Turiba) para produzir uma peça literária a favor dos homens e mulheres do patropi.

CONSCIENTIZAÇÃO DAS ADOLESCENTES

Dito tudo isso, vamos ao reverso da medalha. E o reverso diz que a pesquisa do Ipea está parcialmente certa, quando tenta mostrar o risco de roupas muito avançadas, usadas por jovens brasileiras.

Há algumas décadas faço campanha eleitoral na periferia de Brasília. As meninas que cercam os palanques, muitas delas abaixo dos 18 anos, estão a cada momento mais nuas. O perfil periguete pegou mesmo e, na prática, não oferece resultados inocentes como vemos em algumas novelas ou em músicas popozudas.

O resultado é um número absurdo de meninas grávidas. Encontrei numa campanha na Ceilândia três irmãs, lindinhas, de uma beleza rude, mães precoces antes dos 18 anos. Uma estava com duas crianças de um ano e três anos. As outras duas, grávidas.

A exposição excessiva do corpo pode acontecer, sem problemas, na praia ou num palco. À beira de um palanque eleitoral, no meio de milhares de rapazes com tesão no limite máximo, é um risco. Não preciso de Ipea nenhum para me dizer isso. E o maior risco é a gravidez precoce

A gravidez precoce, esta sim, deveria ser estudada profundamente pelo Ipea, pois se transformou numa calamidade nacional.

Novelas, escolas, igrejas, centros de formação profissional, programas de TV e outros meios deveriam ser usados para a conscientização das adolescentes (principalmente as mais pobres), no que se refere à conveniência das roupas usadas em ambientes públicos.

Lembro que, durante alguns anos, fiz palestras para as formandas de cursos do Senac-DF (secretárias, etc), nas quais abordava questões de comportamento. Nos locais de trabalho, é preciso evitar perfume, cigarro, unhas muito grandes, uso intenso de celular, voz alterada, etc.

Um dos capítulos mais interessantes era o vestuário. Contava sempre a história da secretária de um dentista, muito boazuda, que ia trabalhar com calça colante e blusa curta, mostrando a fantástica barriguinha. Os clientes homens quebravam o pescoço de tanto olhar para trás na cadeira de atendimento. Até que a mulher do dentista foi ao consultório… A secretária perdeu o emprego.

O Ipea atirou no urubu e acertou na andorinha. O brasileiro não é estuprador, mas também não é de gelo…

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