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fev 21 2016

NA QUESTÃO DO “FILHO” DE FHC, ESTÁ TODO MUNDO MAL INTENCIONADO

129_2523-fhcdutraRENATO RIELLA

Se fosse real esta questão de Céu e Inferno, todos os que estão comentando sobre o escândalo do “filho” de Fernando Henrique Cardoso certamente iriam para o “reino das chamas”.

Está todo mundo manipulando as informações, até mesmo mentindo, atendendo a interesses próprios. Isso vale, inclusive, para a mãe do “filho”, a jornalista Miriam Dutra.

Para começo de conversa, todos os presidentes, a partir de JK, tiveram casos encobertos pela imprensa. Era da psicologia dos brasileiros encobrir esses potenciais escândalos. Na sequência deste artigo, darei detalhes sobre isso.

 

CASOS EXTRACONJUNGAIS SEM DIVULGAÇÃO

Quando soubemos, logo no início, que Miriam tinha um filho cujo pai poderia ser o presidente da República FHC, nós jornalistas tratamos o fato com naturalidade. Afinal, foi característica dos brasileiros importantes, durante as últimas décadas, esse tipo de comportamento, nos chamados casos extraconjungais.

No início do caso de FHC (anos 90), jornalistas experientes que acompanhavam Miriam Dutra, em viagens internacionais, comentavam maliciosamente que o garoto era filho de um militar bonitão da segurança presidencial – e não de FHC.

Essa especulação precoce certamente não chegou ao conhecimento de Fernando Henrique Cardoso, que só resolveu fazer exame de DNA quando o rapaz já tinha quase 20 anos. Foi um choque, para ele, saber que não era o pai! Quem? Quem? Quem?

Vale registrar, nisso tudo, que o jovem (de nome preservado por mim) passa a ser uma vítima do noticiário, cercado de especulações e atingido pela pergunta inevitável: será que ele já conseguiu identificar o seu verdadeiro pai biológico? (pensem nisso, todos vocês que andam escrevendo qualquer porcaria por aí).

 

DIVULGAÇÃO NÃO INTERESSAVA À GLOBO

Se Miriam Dutra enganou FHC, ou não, só ela poderá saber. E isso não nos cabe questionar, pois é uma situação extremamente íntima.

Resta reconhecer que, durante seis anos (segundo Miriam), o poderoso político FHC teve caso intenso com uma jovem repórter da TV Globo, considerada bonita.

Se a imprensa tivesse apontado este episódio naquela época, abriria oportunidade para a divulgação de muitos outros do mesmo nível.

Por exemplo, Juscelino Kubitschek, muito bem casado com Dona Sarah, morreu quando se dirigia a São Paulo, para encontrar sua amante histórica (casada com um diplomata).

Getúlio Vargas teve namoradas de abalar repúblicas, nas principais vedetes do Rio. Jânio era totalmente galinha. Jango, casado com a lindíssima Maria Tereza, se arriscava a pular cercas por aí.

E até nos governos militares, as peripécias do presidente Figueiredo eram de arrepiar. Já sobre Sarney e Collor, vou esperar que morram logo, para poder contar livremente suas historinhas, que acompanhei de perto.

 

OUTRA DO LULA ANTES DA ROSE

História quente é a do Lula, que teve namorada publicamente conhecida aqui em Brasília, antes desta horrorosa Rose. Sua parceira mais conhecida era uma psicóloga brasiliense chamada Zeca, cujo apartamento no Planalto Piloto vivia freqüentado por políticos de todas as origens.

Estive na casa da Zeca, na comemoração do aniversário do Lula. Lá encontrei, como convidado, o ultradireitista deputado Robertão. No meio da sala, o relator da Constituinte, senador Bernardo Cabral, mantinha ostensivamente no colo uma famosa repórter global, muito mais nova, sua reconhecida namorada.

Em Brasília, sempre valeu tudo. Se temos pacto para não divulgar suicídios, sempre preservamos os casos dos famosos. Ninguém se arriscava a quebrar essa barreira de autocensura.

O ídolo Tancredo Neves, casado com Dona Risoleta, teve uma amante durante muito tempo, que mandava no seu gabinete eleitoral. Quando ele morreu, foi montada uma operação complexa para que a segunda mulher de Tancredo pudesse se despedir dele no velório realizado em Brasília.

Poderia contar dezenas de escândalos envolvendo políticos (Renan, Serra, etc), que nós, jornalistas, decidimos não escancarar, até mesmo numa atitude de solidariedade machista (naqueles tempos, os homens mandavam nas redações).

Um dos motivos para não divulgar o caso da Miriam Dutra foi o interesse da Rede Globo de se preservar. Seria horrível para esta TV, nos anos 90, anunciar que sua repórter de Palácio do Planalto engravidou do presidente da República.

Assim, dentro da tradição, foi fácil não divulgar este fato, que não interessava a diversas áreas da sociedade.

É aí que entra o jornalista Fernando Lemos, meu grande amigo, dono da empresa de consultoria Polimídia. Ele era também amigo de FHC e, por coincidência, casado com Margrit, irmã de Miriam Dutra.

Fernando Henrique Cardoso pediu socorro ao amigo Fernando Lemos, que teve papel importante no sentido de segurar os impulsos da cunhada Miriam.

Assim, a mãe do “filho” de FHC foi transferida para Lisboa, pela TV Globo, que tinha muito interesse de não se ver envolvida nesse escândalo.

Num período de quase 20 anos, muitas iniciativas foram feitas no sentido de manter Miriam Dutra calada. No entanto, se houve crimes nessas ações, já prescreveram. E, além do mais, ninguém conseguirá provar mais nada. São fatos distantes no tempo político.

É puro barulho, provocado pela própria Miriam, por razões que só ela conhece e certamente não abrirá totalmente.

 

FERNANDO LEMOS TINHA GRANDE VALOR

Estão queimando Fernando Lemos para preservar FHC. Sacanagem!

FL foi um dos maiores jornalistas do Brasil, morto precocemente em 2012 (hoje teria 67 anos). Prêmio Esso Nacional de Jornalismo. Ele foi dono da empresa de comunicação Polimídia, ainda hoje existente, à qual prestei serviços durante décadas.

A Polimídia e o próprio Fernando Lemos não eram lobistas – como gente irresponsável anda dizendo. Nessa empresa brasiliense, muito respeitada, a gente vendia “inteligência” (e ainda vende).

FHC, Collor, diversos governadores, senadores, grandes grupos empresariais e até embaixadas compravam a nós, da Polimídia, relatórios de “inteligência”, que orientavam os dirigentes nas suas ações diárias.

Nos dois últimos anos do governo FHC, acordei diariamente às 5h30 para produzir “papers” com propostas de ações, a  partir de clippings que recebia na madrugada, com o noticiário político, feito por uma empresa parceira, a Resumo da Mídia.

Nós, da Polimídia, não fazíamos o lobbie, hoje comum e banalizado. Nunca trabalhamos com suborno, evitando tráficos de influência e outras ações condenadas.

Assim, fechando este comentário, informo que a Polimídia ainda existe – e vai bem.

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