RENATO RIELLA
Tentam vasculhar a vida de Pelé e Roberto Carlos. Não encontrando nada efetivamente comprometedor, percorrem relações familiares e sociais, tentando julgá-los.
O certo é que são dois ídolos de ótimo comportamento, sem roubo, nem cenas de violência, cumpridores dos seus compromissos.
Pelé sofreu o episódio particular de uma filha surgida muitos anos depois, que ele não reconheceu. Teve dignidade de não explicar nada. O ex-presidente José Alencar, numa situação parecida, fez comentários inapropriados sobre a mãe da filha natural.
Muito distantes do fato dramático (a moça já morreu), não devemos julgar Pelé, a não ser diante de algum outro fato grave – que certamente não ocorrerá.
Roberto Carlos é atacado porque tenta impedir biografias não-autorizadas. Devemos levar em conta que, tendo perdido uma perna aos oito anos, é um homem marcado pela tragédia, procurando sempre se preservar na vida pessoal. Tem direito a contestar invasões não aprovadas.
Agora, para culminar, tentam dizer que ele traiu Tim Maia. É mais uma tentativa de julgamento injusta. Tim, genial, era insuportável, incapaz de conviver com pessoas discretas e focadas no trabalho.
Há diversos episódios mostrando que Roberto Carlos abriu oportunidades para Tim Maia, que acabou se perdendo no próprio caos.
Sempre admirei Roberto Carlos, não somente por causa das músicas da minha juventude, mas pela lealdade ao grande parceiro da sua vida (que foi amigo também de Tim Maia).
RC, mesmo famosíssimo, sempre manteve a parceria nas músicas com Erasmo Carlos – e muita gente até pensava que os dois (Carlos) fossem irmãos.
Poderia ter suspendido o compromisso de quase infância, mas não fez isso por ser uma pessoa decente. Quanto a Tim Maia, valeu pelo que valeu. Mas que pena!
