Vai acontecer alguma coisa. Na verdade, já está acontecendo. Tudo indica que teremos na próxima semana um choque no Brasil. O nível das pressões está ficando insuportável.
Nos bastidores, existe o consenso de que o Governo Dilma Rousseff acabou. Resta saber como ocorrerá a sucessão.
Esta sucessão da Dilma tem opções variadas, a depender da criatividade de cada um.
Pode haver, inclusive, uma sucessão branca, com Dilma Rousseff entregando a coordenação das ações ao ex-presidente Lula. Nesse caso, duas opções: a “posse” informal do Lula, ou sua posse formal, como “primeiro-ministro”, nomeado para escapar de processos na Vara do juiz Moro.
Outra opção para afastar Dilma Rousseff é o impeachment, que partidos diferentes (inclusive PMDB e PSDB) já discutem.
Pessoalmente, acredito que o Tribunal Superior Eleitoral afastará a chapa Dilma-Michel Temer, num julgamento que vai se arrastando ao longo dos meses.
Mas a condenação de Dilma-Temer no TSE só pode acontecer quando arranjarem uma maneira de tirar o Eduardo Cunha da presidência da Câmara Federal. Quem sabe o Supremo Tribunal Federal não toma logo esta decisão!
Havendo a cassação da chapa Dilma-Temer, pode ser convocada, em até 120 dias, uma eleição presidencial.
Lembrem-se que o ministro Gilmar Mendes, oposicionista declarado, assume a presidência do TSE em abril – no próximo mês.
Sinceramente, acredito que Gilmar Mendes pensa em fazer, no mês de outubro, uma eleição municipal acoplada com a eleição de um novo presidente da República. Seria uma solução viável para a Justiça Eleitoral, que facilitaria todas as coisas.
Mas não dá para aceitar a posse de Eduardo Cunha como presidente da República. Imaginem ele “coordenando a eleição”… Sentado no Planalto, o tenebroso deputado ficará ainda mais perigoso, mais maquiavélico. Tentará dar até algum golpe.
Enquanto isso, aperta-se o cerco contra o ex-presidente Lula, mas também surgem nomes de senadores, de partidos diversos, envolvidos no Lava-Jato. Todo o ambiente político apodreceu e, quem sabe, acabará atrás das grades.
Pelo visto, não ficará pedra sobre pedra. (RENATO RIELLA)