RENATO RIELLA
Tenho dito que Rodrigo Rollemberg é a nossa última esperança, numa Brasília maldita (onde só falta faltar água…).
Mas até a esperança cansa, se não for administrada com transparência e com busca de parcerias.
O Corrreio Braziliense, que anda sem criatividade, foi perfeito ao afirmar em ampla manchete que todos nós vamos pagar o pacto, diante desse pacotaço que o novo governo do DF quer impor ao povo de Brasília.
Desde a transição (antes da posse), quando o staff do governador afirmou que assumiria o governo com um buraco de R$ 3,8 bilhões, venho dizendo que está faltando transparência.
Nunca apareceu uma planilha em Excel (ou até feita à mão) explicando, tim-tim por tim-tim, quanto o GDF manteve em caixa no mês de janeiro e quanto terá de desembolsar até o dia 31.
Quando se pede prazo para pagar os salários, a serem parcelados, é preciso abrir com clareza as contas. Caso contrário, nenhum empregado aceita fazer o sacrifício.
Da mesma forma, a aprovação de um pacotaço pela Câmara Legislativa só pode ocorrer, em regime de pacto, se tivermos noção exata das movimentações de caixa no período abrangido.
O senador Reguffe (PDT), sem dúvida peça-chave na eleição do governador em outubro passado, saiu na frente e disse que, se estivesse como distrital, não votaria a favor do pactaço do Rollemberg.
E assim seguimos. Vamos fazer uma corrida de Fórmula Indy, mas não teremos Carnaval.
O governo, por exemplo, não tem clareza em relação ao enxugamento da máquina. E corre o risco de ver o GDF incurso na Lei de Responsabilidade Fiscal, com todas as punições passíveis depois desse enquadramento.
Muito do que está acontecendo podemos atribuir à falta de experiência da equipe acadêmica que assumiu o GDF.
Mas não podemos abrir mão de transparência organizada e clara.
O GDF precisa nos apresentar, a cada dia, uma planilha com a sua realidade financeira.
Caso contrário, não há pactaço que passe na Câmara Legislativa. E ninguém pagará o pato.