«

»

maio 01 2014

OBA! UM FERIADO IDEAL PARA QUEM JÁ TRABALHOU MUUUUIIIIITO

RENATO RIELLA

Dia do Trabalhador! Será que faço jus ao nome?

Aos 13 anos, em Salvador, meu pai chegou em casa e disse que tinha arranjado um trabalho para mim. Hoje seria um crime! Ele era comerciante, com grana, mas fez os filhos trabalharem desde cedo. “Você vai dar aulas de reforço para os filhos do meu sócio, o Ivo”.

Designei minha mãe, Cecília, para gerenciar minha “carreira” e fui o rei da segunda época, o rei da recuperação, até os 17 anos, dando aula principalmente de Matemática. Ganhava bom dinheiro e tinha sempre alunos na fila…

Com 17 anos, havia passado no vestibular de Arquitetura e fui visitar um amigo da mesma idade, Cid Seixas, que já era jornalista no Diário de Notícias da Bahia. Ele estava entrevistando o hoje célebre compositor Riachão. Entrei na entrevista e demonstrei aptidão. No dia seguinte, já tinha motivo para comemorar o Dia do Trabalho: estava empregado.

Equivalente a emprego (trabalho fixo, com mesa, fone, secretária, etc), já tive mais de cem. No meu currículo, só cito 20% das atividades reais. Jornalista, sem ser Clark Kent, consegue fazer isso na vida. Houve época em que trabalhei ao mesmo tempo em três lugares, um em cada turno (nessa época, fazia a primeira página do Correio Braziliense, das 20h às 23h). E nem sentia o esforço, pois vivia sob grande motivação.

Às vezes, chegava em casa às 11h da noite e tinha de jogar bola no corredor do apartamento com o Gil, meu primogênito, que estava esperando o parceiro para o golzinho. Graças a Deus, até hoje consigo jogar bola com ele. Não desistimos de aprender juntos.

Em mais 50 anos de muito trabalho, nunca fiquei doente, nem me arrependi de nada. No Correio, muitas vezes, tomei conta dos meus filhos enquanto fazia a primeira página (comprava pizza e Coca-Cola, e ligava a TV para eles, gente boa que são, até podermos sair).

Todos os relacionamentos pessoais que fiz nasceram em redações de jornais – inclusive minha mulher, Márcia, que conheci quando dirigia o Jornal da Comunidade, no início do século.

Ontem, entrei com o pedido de aposentadoria, mesmo pretendendo trabalhar até os 100 anos. Mas reconheço que hoje adoro feriados.

O Brasil é o melhor país do mundo, pela quantidade de feriados. Pernas para o alto, sempre!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode usar estas tags e atributos HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

*