FERNANDO COELHO (ESCREVENDO DOS EUA)
Rio, cidade arrasada.
Não há travesseiro que me acomode.
Penso nas famílias dos funcionários públicos do Rio de Janeiro, imersas em deploráveis filas à espera da caridade alheia.
Mães de família, pais de família, senhores, senhoras, de boca aberta, aguardando cestas básicas que vão lhes manter vivos, por algum tempo, com a dignidade no lixo.
A súcia de bandidos políticos os colocou a ferros, no desprezo. Os humilha, um a um. Joga a honra e a cidadania desta cidade essencial, no lixo.
Ainda assim, Copacabana será palco de horrendo, cínico, festejo de comemoração do novo ano.
Cadê Lula, Dilma, Renan, Temer, Rodrigo Maia, os caras togados do STF, Pezão, Dornelles, Eduardo Paes, a solidariedade dos outros 26 incompetentes governadores?
Cadê a humanidade das religiões?
Quem são, de fato, os miseráveis?
Não há como dormir. E, acordado, o pesadelo é nefasto.