Em meio a essa crise monstruosa, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, não merece confiança.
Está fazendo o jogo do Palácio do Planalto, que usa o combustível oriundo do petróleo para fazer caixa e, ao mesmo tempo, impedir que a inflação caia de forma exagerada, chegando perto dos 0%.
Pedro Parente está “esquecendo” palavras recentes que pronunciou e que desmascaram a situação.
Em novembro do ano passado, antes de começar esta discussão, a Petrobras foi sincera e jogou para o governo Temer a principal responsabilidade pelo aumento da gasolina, do gás de cozinha e de outros combustíveis derivados do petróleo.
O governo aumentou os impostos desses produtos no ano passado numa estratégia não somente para ampliar a arrecadação federal, mas também para aumentar a inflação, que estava ameaçando cair abaixo da faixa dos 2% em 2017.
Segundo o presidente da Petrobras, Pedro Parente, entre 15 de outubro de 2016 e 31 de outubro de 2017, a variação de preços dos combustíveis, por iniciativa da empresa, ficou em 1,4% neste período.
Se for levada em consideração a alteração dos tributos, o percentual de variação do preço da gasolina sobe para 22,1%, sendo a principal causa dos aumentos sentidos pela população.
“Acho importante trazer este dado para mostrar que, realmente, a grande variação de preços que aconteceu não tem nenhuma ligação maior com a nova política e, sim, com o aumento de tributos do governo federal”, disse ele, em novembro do ano passado.
Segundo Pedro Parente, a política de preços da Petrobras, que permite ajuste diário das margens da empresa ao valor dos derivados no mercado internacional, ajudou a não aumentar as importações dos combustíveis.
Agora, ele prefere esconder esta argumentação dura que fez em 2017.