No Distrito Federal, 1,07 milhão de pessoas têm dívidas que, somadas, chegam a R$ 6,25 bilhões. A pesquisa da Serasa Experian, referente ao mês de setembro, mas divulgada agora, também mostra que o DF se destaca pelo alto valor dos débitos individuais: são cerca de R$ 5.834,63 por inadimplente – um valor 47% maior do que a média nacional.
O levantamento mostra o endividamento por região do País. No Centro-Oeste, mais de 5,29 milhões de moradores estão inadimplentes.
Para o doutor em Ciências Contábeis Jomar Miranda Rodrigues, professor da Universidade de Brasília (UnB), muitos fatores associados podem explicar os números altos – entre eles, a pandemia de Covid-19, que acentuou o desemprego. Mas os hábitos de consumo também interferem no endividamento.
“A população brasileira é educada a consumir e depois pagar. A alta da inflação, aliada ao hábito desordenado de consumo, leva a um endividamento ascendente”, diz o professor.
O relatório da Serasa mostra que bancos e cartões de crédito representaram 27,2% das contas que deixaram de ser pagas em setembro. Já 20,5% das dívidas foram de contas básicas, como água, gás e luz.
“Em tempos ruins – de epidemias, como é o caso –, efeitos inflacionários são gerados e a população economicamente ativa fica desempregada. Isso leva as pessoas a refinanciarem suas dívidas, por questões de sobrevivência ou não, ficando mais endividadas ainda”, explica Rodrigues.
Ainda segundo o levantamento, atualmente, o Brasil conta com 62,21 milhões de pessoas negativadas, o menor número registrado nos últimos seis meses.
A quantidade total de dívidas também apresentou ligeira queda: até setembro, eram 208,46 milhões de débitos em aberto no país, totalizando um déficit de R$ 245,39 bilhões. Em agosto, esse valor ficou em R$ 244,57 bilhões.
No ranking de estados com mais inadimplentes, estão: São Paulo: 14,67 milhões de pessoas; Rio de Janeiro: 6,18 milhões de pessoas; Minas Gerais: 5,82 milhões de pessoas; Bahia: 4 milhões de pessoas e Paraná: 3,29 milhões de pessoas
Na divisão por gênero, mais da metade dos inadimplentes são mulheres (50,1%). Já o recorte por faixa etária é o seguinte: entre 26 e 40 anos: 35,8%; entre 41 e 60 anos: 34,7%; mais de 60 anos: 17,1% e até 25 anos: 12,3%.
Fonte: g1